Uma equipe de pesquisadores liderada pela Texas A&M University desenvolveu uma nova classe de materiais que pode combater as bactérias resistentes a antibióticos, uma das maiores ameaças à saúde pública atualmente.
Os materiais são polímeros, ou seja, moléculas grandes formadas por unidades menores que se repetem. Esses polímeros têm a capacidade de romper a membrana que envolve as bactérias e matá-las, sem afetar as células humanas.
Os polímeros foram sintetizados usando um catalisador especial, chamado AquaMet, que é solúvel em água e permite a formação de moléculas com muitas cargas positivas. Essas cargas interagem com as cargas negativas da membrana bacteriana, causando sua ruptura e a morte da bactéria. Esse mecanismo de ação é diferente dos antibióticos convencionais, que atuam em alvos específicos dentro das bactérias, como enzimas ou proteínas. Por isso, os polímeros não induzem resistência nas bactérias, que é o fenômeno pelo qual elas se tornam imunes aos antibióticos após exposição repetida.
Os polímeros foram testados contra duas das principais bactérias resistentes a antibióticos: E. coli e Staphylococcus aureus (MRSA). Os resultados mostraram que os polímeros foram capazes de eliminar essas bactérias em baixas concentrações, sem causar danos às células vermelhas do sangue humano. Os polímeros também foram eficazes contra outras bactérias, como Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae, que podem causar infecções graves em pacientes hospitalizados.
Os polímeros são biodegradáveis, ou seja, se decompõem em componentes menores que podem ser eliminados pelo organismo. Isso significa que eles não se acumulam no ambiente e não causam poluição. Além disso, os polímeros podem ser usados para revestir superfícies ou dispositivos médicos, como cateteres ou implantes, para prevenir infecções causadas por bactérias que se aderem a esses materiais.
O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em 11 de dezembro de 2023. Os autores esperam que os polímeros possam ser usados no futuro como uma alternativa aos antibióticos tradicionais, que estão se tornando cada vez menos eficazes devido à resistência bacteriana.
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