Imagine abrir um atlas antigo e encontrar um mundo irreconhecível, onde todos os continentes estão juntos, formando uma imensa massa de terra.
Parece coisa de ficção científica, mas essa era a realidade da Terra há cerca de 200 milhões de anos. Este cenário, que mais parece um capítulo perdido de “Jornada ao Centro da Terra”, foi a base para uma das teorias mais revolucionárias da geologia: a teoria da deriva continental.
Proposta pelo alemão Alfred Wegener no início do século XX, a teoria sugeria que os continentes não eram estáticos, mas sim peças gigantes de um quebra-cabeça em constante movimento sobre uma superfície fluida. Wegener enfrentou o ceticismo de seus colegas, que viam os continentes como estruturas fixas e imutáveis. Mas ele observou algo curioso: as costas da América do Sul e da África pareciam encaixar-se perfeitamente, como se tivessem sido separadas por uma força invisível.
Wegener chamou esse supercontinente de “Pangeia”, que em grego significa “toda a terra”. Com o passar dos milênios, Pangeia se fragmentou, dando origem aos continentes que conhecemos hoje. Mas como isso aconteceu? A resposta veio décadas depois, com a teoria das placas tectônicas, que explicou o movimento dos continentes como resultado da flutuação de placas sobre o manto terrestre, uma camada de rocha semi-fundida.
Hoje, sabemos que a Terra é uma dançarina lenta, mas incansável. Os continentes continuam a se mover, a uma velocidade comparável ao crescimento das nossas unhas. E embora não possamos sentir, estamos todos a bordo dessa incrível viagem geológica, navegando pelo vasto oceano do tempo.
A teoria da deriva continental não é apenas uma história sobre o passado da Terra; é um lembrete de que nosso planeta está em constante evolução, e que cada pedaço de terra tem uma história milenar a contar. Então, da próxima vez que você olhar para um mapa, lembre-se: você está vendo apenas um instantâneo de uma longa história que continua a se desdobrar sob nossos pés.