A missão Cassini em Saturno durou 20 anos, sendo finalizada no dia 15 de setembro de 2017.
Cassini chegou pela primeira vez a Saturno em 2004, quando o hemisfério sul do planeta estava em pleno verão, enquanto que o hemisfério norte estava em pleno inverno, sendo assim, a sonda detectou um amplo, quente e alto vórtice, não registrando qualquer estrutura similar no norte.
A missão Cassini proporcionou aos cientistas uma revelação surpreendente, sendo essa, a peculiaridade encontrada no polo norte do planeta quando o verão se aproximava. Isso se trata de um vórtice alto hexagonal, semelhante ao hexágono que havia sido avistado anteriormente nas profundas nuvens de Saturno, tal revelação sugere que o hexágono pode influenciar os acontecimentos na parte superior da atmosfera, fazendo parte de uma imponente estrutura, que alcança centenas de quilômetros de altura.
Remember the famous hexagon at #Saturn's north pole? A new study based on @CassiniSaturn data has revealed a similarly-shaped vortex high up in the planet's atmosphere, suggesting the hexagon is a towering structure hundreds of km in height ?
Details: https://t.co/blnFqiuvX5 pic.twitter.com/i8if3seaBQ— ESA Science (@esascience) September 4, 2018
Lembra do famoso hexágono no polo norte de Saturno? Um novo estudo baseado em informações da missão Cassini revelaram as semelhanças no alto vórtice da atmosfera, sugerindo que o hexágono é uma estrutura imponente de centenas de quilômetros de altura.
Um novo estudo, realizado por cientistas da Agência Espacial Europeia, indica que foi possível encontrar os primeiros rastros do alto vórtice que se encontra no polo norte enquanto este se aproxima do verão, encontrando-se a uma altura de centenas de quilômetros sobre as nuvens, na estratosfera.
Segundo o principal autor do estudo, Leight Fletcher, da Universidade de Leicester no Reino Unido, a forma do vórtice no polo norte é surpreendente, sendo que o hexágono foi gerado espontaneamente. O vórtice do polo norte foi revelado nos anos 80 pelo ônibus espacial Voyager da NASA, porém os atuais detalhes foram revelados pela Cassini, observando as múltiplas longitudes, tanto ultravioletas como infravermelhas, através do espectrômetro infravermelho composto (CIRS), que não poderia ser utilizado devido às baixas temperaturas atmosféricas de Saturno.
A coautora da pesquisa do Laboratório de Meteorologia Dinâmica, Guerlet Sandrine, explicou que “1 ano em Saturno tem aproximadamente 30 anos terrestres e, por isso, Saturno costumar ter longos invernos, enquanto que o polo norte do planeta começou sua recuperação do inverno em 2009 […]”. Com a elevação da temperatura, os cientistas puderam continuar com os estudos do vórtice através da luz infravermelha.
Sendo que em 2014, os cientistas foram capazes de utilizar o CIRS pela primeira vez para explorar a estratosfera norte, ressaltando que os dois polos de Saturno se comportam diferentemente e assimetricamente.