Arqueólogos norte-americanos e italianos encontraram restos mortais de uma criança de 10 anos com uma pedra inserida na boca, o chamado “enterro de vampiro”, em um cemitério italiano do século V d.C., diz o site da Universidade do Arizona, EUA.
A descoberta foi feita na comuna de Lugnano in Teverina, na região italiana de Úmbria, por especialistas da Universidade do Arizona e de Stanford, juntamente com arqueólogos italianos.
Pesquisadores acreditam que os moradores tenham inserido a pedra na boca da criança, possivelmente infectada com malária, para que não voltasse do mundo dos mortos e não transmitisse a doença aos vivos.
“Nunca vi nada parecido. Isso é extremamente assustador e estranho. Aqui é chamado de ‘Vampiro de Lugnano'”, comentou David Soren, arqueólogo e professor da Universidade do Arizona.
Os restos do “vampiro” foram encontrados na Necropoli dei Bambini (Cemitério de Bebês) do século V, que surgiu quando a região foi atingida por uma epidemia de malária, matando muitos bebês e crianças pequenas. Anteriormente, cientistas escavaram do cemitério restos mortais incomuns de crianças junto com restos de vários animais e caldeirões de bronze cheios de cinza ou com pernas e braços prendidos com pedras — objetos tradicionalmente associados com feitiçaria e magia.
“Nós sabemos que os romanos se preocupavam muito com isso e poderiam recorrer até mesmo à bruxaria para prender o mal — qualquer coisa que estivesse contaminando o corpo — de sair”, explicou Soren.
Segundo o chefe da escavação, David Pickel, o achado ajudará a saber mais sobre a malária que afetou a região há cerca de 1,5 mil anos e como os romanos tentavam combater a doença.
“Enterros de vampiros” foram encontrados antes tanto na Itália como fora do país. Em 2009, em Veneza encontraram restos de uma mulher do século XVI com uma pedra na boca que foi apelidada de “Vampira de Veneza”. Em 2017, um homem enterrado com cara virada para baixo e língua substituída por uma pedra foi encontrado em Northamptonshire, Inglaterra.