Segundo um artigo publicado na revista Geology, as jazidas foram encontradas em um dos possíveis pontos de pouso do próximo astromóvel marciano.
“Esta é, por enquanto, a prova mais forte do fato que as explosões de vulcões eram frequentes durante as primeiras épocas da vida de Marte. A compreensão do papel destas explosões na vida do planeta nos ajudará a avaliar quanta água havia no solo e no marma marcianos e qual era a espessura de sua atmosfera”, conta Christopher Kremer da Universidade Brown de Providence, EUA.
No passado longínquo, Marte era um planeta de vulcões. Os vestígios da existência deles se vê facilmente do espaço sob forma do enorme platô vulcânico Tharsis, do Monte Olympus, o cume mais alto do Sistema Solar, que se ergue a 21,9 quilômetros. Os últimos vulcões de Marte, como consideram os cientistas, desapareceram há cerca de 500 milhões de anos.
Durante muito tempo os cientistas achavam que o vulcanismo em Marte era diferente do da Terra por causa da gravidade, da composição química que forma o interior dos dois planetas e de outros fatores.
Os cientistas pensavam que os vulcões em Marte eram menos frequentes, mas maiores e ao mesmo tempo calmos. Esta ideia foi posta em dúvida em junho de 2015, quando o astromóvel Curiosity encontrou inesperadamente amostras do mineral tridimita, um produto do vulcanismo silicoso, cujos vestígios antes só tinham sido encontrados na Terra.
As erupções deste tipo de vulcões ocorrem frequentemente de forma explosiva por causa da grande presença de água na substância do magma.
Vestígios deste tipo de vulcanismo nunca foram encontrados por aparelhos orbitais perto de qualquer vulcão de Marte. Assim como eles não encontraram outras jazidas de rocha surgidas em condições parecidas.
Tendo analisado a composição, forma e espessura dos sedimentos presentes em um lugar do possível pouso do astromóvel e fotografados pela sonda MRO, os cientistas revelaram que uma cavidade no Syrtis Major Planum, a caldeira Nili, era composta por rochas surgidas em resultado da explosão de um vulcão quando uma grande quantidade de água e cinza foi ‘catapultada’ para o ar.
Os mesmos sedimentos estão presentes na zona principal de pouso do astomóvel Mars 2020, na cratera de Jezero, o que permitirá aos cientistas verificar a teoria no tempo mais próximo. Se essas sugestões estão corretas, a água teve um papel muito mais importante na formação do Planeta Vermelho.