Segundo o estudo publicado na revista Science Advances, os especialistas analisaram os dados obtidos pela sonda New Horizons da NASA. Em particular, eles concentraram sua atenção em uma área de cor marrom avermelhada, chamada Virgil Fossae, localizada perto de uma longa rachadura na superfície, porque a cor do terreno sugeria a possibilidade de conter amoníaco.
O amoníaco indica a presença “de um ambiente que é próprio para a vida”, explica a autora principal do estudo, Dalle Ore, em comentários ao portal Space.com. Entretanto, a especialista sublinhou que isso “não significa que a vida exista lá”, mas sim “indica o lugar onde devemos procurá-la”.
O amoníaco é “uma molécula frágil que destrói a radiação ultravioleta, bem como os raios cósmicos”, o que sugere, segundo a especialista, que, quando se encontra na superfície, está lá desde uma época relativamente recente de “alguns milhões de anos atrás”.
Por essa razão, os pesquisadores acreditam que o amoníaco já estava misturado com a água de um oceano subterrâneo oculto e que poderia ter saído “através de rachaduras ou fumarolas, surgidas na superfície” no processo de erupção de um vulcão criogênico, que expulsa elementos voláteis como água, amoníaco ou metano.
Os cientistas afirmam que, apesar da temperatura de -230°C na superfície do planeta, é possível que Plutão contenha água por baixo da superfície devido ao calor interno gerado pelo decaimento radioativo de seu núcleo.