Hoje em dia usamos o celular não só para nos distrairmos – matemáticos e biólogos descobriram que é possível usá-lo para observações da difusão de epidemias e provaram que o tempo que faz tem influência nas crises de reumatismo. Químicos e físicos tornaram as câmeras do celular em testes de gravidez e de diabetes.
Analisado os sons provenientes dos modernos fuzis automáticos, Sebastien Hengy criou um algoritmo que pode determinar a posição do atirador na guerra, ou a posição dos terroristas em uma situação de crise, pelo som de seu primeiro tiro, usando os microfones dos celulares, segundo informou o cientista no encontro anual da Comunidade Acústica da América, em Washington.
“O nosso sistema pode ser usado em conjunto com os microfones que são instalados no capacete do soldado junto ao sistema de redução de ruído. Um smartphone com processador bastante potente pode calcular a trajetória completa da bala em apenas meio segundo”, relata Sebastien Hengy, do Instituto de Pesquisas Franco-Germânico de Saint-Louis.
A ideia de Hengy é baseada no fato que o tiro produz dois tipos de vibração – uma onda supersônica, provocada pela própria bala, e um salpico mais lento, provocado pela explosão da pólvora no cano, as duas ondas têm formas diferentes.
Medindo a diferença entre a chegada da primeira e da segunda onda ao “ouvido” eletrônico do soldado, é possível identificar com bastante precisão a posição do soldado se usarmos os dados não só de um capacete, mas de vários aparelhos protetores de outros militares ou dos microfones de smartphones de testemunhas ou vítimas do ataque terrorista.
Seguindo toda essa informação, Sebastien Hengy criou uma aplicação especial para celular que não atrapalha o funcionamento dos sistemas de redução do ruído. A aplicação foi experimentada no laboratório e logo serão realizadas provas com capacetes.
O físico espera que sua invenção entre no serviço do Exército e das forças antiterroristas da França no ano de 2021.