Transexuais e travestis de Tocantins esperam há quase dois anos pela implantação de um ambulatório especializado que pretende oferecer atendimento clínico para esse público.
A informação é da Defensoria Pública que se reuniu, na semana passada, com representantes do governo e entidades para debater a criação do ambulatório trans, no estado.
A proposta é atender pessoas que desejam passar pelo processo transexualizador, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, por meio de terapia hormonal e encaminhamento para troca de sexo.
Sem atendimento adequado, muitos transgêneros acabam recorrendo à automedicação e procedimentos clandestinos, que podem colocar em risco à saúde e até levar à morte. Como conta Bianca Marchiori, presidente da Atrato, Associação dos Travestis e Transexuais do Tocantins.
O defensor público Arthur Marques destaca que existe uma portaria do Ministério da Saúde que demanda atendimento no SUS, o Sistema Único de Saúde, para as comunidade trans, tanto na atenção básica quanto na especializada.
Segundo ele, a defensoria já enviou ofícios aos governos estadual e municipal, mas não obteve respostas.
Em contrapartida, a gerente de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Dienne Caminski, esclarece que para implantação do ambulatório são necessários recursos e habilitação do Ministério da Saúde, o que pode demorar até 24 meses. Mas, destacou, que o início dos atendimentos já está previsto para agosto deste ano.
Dados do relatório do Grupo Gay da Bahia apontam que 420 gays, lésbicas, bissexuais e transexuais foram mortos no Brasil, em 2018. Deste número, 36% das vítimas eram transgêneros. Apenas no Tocantins foram registradas duas mortes, no ano passado.