O ex-senador Edison Lobão, seu filho Márcio Lobão e a esposa de Márcio, Marta Lobão, tornaram-se réus no âmbito da operação Lava Jato.
De acordo com a denúncia, apresentada pela força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, eles são acusados de receberem propina no valor de R$ 2,8 milhões, entre 2011 e 2014, pela construção da Usina Belo Monte, no Pará.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), na época, Edison Lobão ocupava o cargo de ministro de Minas e Energia e solicitou propina pela construção de Belo Monte a executivos da Odebrecht.
Ainda segundo a denúncia, a propina teria sido paga pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht.
O ex-senador era identificado como “Esquálido” nas planilhas de contabilidade paralela da empresa e os pagamentos foram feitos pelo doleiro Alvaro Novis, no mercado paralelo de dólar.
A juíza substituta, Gabriela Hardt, que aceitou a denúncia, também determinou o sequestro de bens do senador, no valor de R$ 7,8 milhões.
Ainda de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), estariam envolvidos no esquema de propinas, além de políticos do MDB, políticos do PT e o ex-ministro Antonio Delfim Netto.
Na época, a defesa de Delfim Netto afirmou que os pagamentos em espécie tinham sido honorários por consulta prestada à Odebrecht.
A defesa de Edison Lobão emitiu uma nota alegando que a denúncia do Ministério Público Federal se baseia unicamente nas palavras dos delatores e que essa prática está sendo desmoralizada pelos fatos dos últimos meses.
Ainda segundo a nota, a defesa diz acreditar na imparcialidade do juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Luiz Antonio Bonat.
Já a Odebrecht emitiu nota afirmando que tem colaborado de forma permanente e eficaz com as autoridades, em busca do pleno esclarecimento de fatos narrados por ex-executivos da empresa e que hoje usa as mais recomendadas normas em conformidade com seus processos internos e segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente.