O nível de radiação em Chernobyl já não é o mesmo de antes, e, hoje em dia, na área surgiu um “paraíso na Terra”, afirmou o pesquisador sênior do Instituto russo da Radiação e Higiene, Mikhail Balonov, em entrevista à Rádio da ONU.
De acordo com ele, os riscos relacionados à radiação são extremamente baixos, enquanto o maior perigo para turistas que visitam a zona é representado por lobos que se acomodaram na área.
“Existe mais probabilidade de ser comido por um lobo, uma vez que na área se estabeleceram muitas espécies de animais. Apareceu um paraíso na Terra para fauna: não há pessoas, mas há maravilhosos matos, rios e lagos”, assinalou o pesquisador, recordando que em 1995, ucranianos transportaram manada de cavalos-de-przewalski que agora devem estar desfrutando de todas as condições do ambiente.
Além disso, Balonov especificou que o acidente na Usina Nuclear de Chernobyl afetou cerca de 18 milhões de pessoas que viviam perto da usina. De acordo com um novo estudo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), dedicado ao 32º aniversário do acontecimento, é verificado um crescimento no número de doentes com câncer de tireoide. Enquanto isso, entre crianças este indicador é muito baixo, sendo alto entre adultos.
Ademais, o pesquisador acrescentou que ao longo dos últimos dez anos depois do acidente em Chernobyl, em comparação com os 20 anos anteriores, o número de doentes com câncer de tireoide nesta faixa etária quase triplicou. De todos os casos, aproximadamente 25% foram causados por radiação, concluiu Balonov.
A catástrofe na Usina Nuclear de Chernobyl ocorreu em 26 de abril de 1986, o que provocou a contaminação de uma área de 50 mil km² do território da Ucrânia, atingindo 12 regiões. Além disso, 19 regiões russas, que correspondem a 60 mil km², também foram afetadas pelas explosões.