A leishmaniose visceral é uma doença grave causada por um parasita transmitido pela picada de insetos flebotomíneos, também conhecidos como mosquito-palha.
A doença afeta principalmente o fígado, o baço e a medula óssea, podendo levar à morte se não for tratada adequadamente.
O diagnóstico precoce da leishmaniose visceral é fundamental para aumentar as chances de cura e evitar complicações. Por isso, é importante conhecer os testes disponíveis no Brasil para detectar a infecção pelo parasita.
Atualmente, existem 28 testes registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o diagnóstico da leishmaniose visceral humana no país. Esses testes podem ser divididos em dois tipos: sorológicos e moleculares.
Os testes sorológicos detectam a presença de anticorpos contra o parasita no sangue do paciente. Eles podem ser realizados em laboratórios ou em unidades de saúde, com diferentes graus de complexidade e custo. Alguns exemplos são o teste rápido imunocromatográfico (TR), o ensaio imunoenzimático (ELISA) e a reação de imunofluorescência indireta (RIFI).
Os testes moleculares detectam o material genético do parasita em amostras biológicas do paciente, como sangue, medula óssea ou linfonodos. Eles são mais sensíveis e específicos que os testes sorológicos, mas também mais caros e complexos. O principal exemplo é a reação em cadeia da polimerase (PCR).
Um estudo realizado pela Fiocruz Minas avaliou as informações de desempenho dos testes sorológicos disponíveis no Brasil, comparando os dados informados pelos fabricantes com os resultados obtidos em estudos clínicos realizados no país. O estudo constatou que há uma diferença significativa entre o que é informado na bula e o que é observado na prática, sendo que os testes tendem a apresentar valores superestimados de sensibilidade e especificidade.
Além disso, o estudo identificou uma falta de informações completas sobre os testes em comercialização, como o antígeno utilizado, o tamanho da amostra analisada, o teste de referência utilizado e o local de realização do estudo. Essas informações são importantes para avaliar a qualidade e a confiabilidade dos testes.
Portanto, é necessário que haja uma maior transparência e rigor na avaliação dos testes diagnósticos para a leishmaniose visceral no Brasil, bem como uma padronização dos critérios e métodos utilizados pelos fabricantes e pelos pesquisadores. Assim, será possível garantir um diagnóstico mais preciso e eficaz para os pacientes com suspeita da doença.
Fontes:
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