Há 40 anos, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi descoberto por cientistas franceses.
No dia 20 de maio de 1983, cientistas franceses publicaram um artigo na revista Science anunciando a descoberta do vírus da imunodeficiência humana (HIV), alertando para seu possível envolvimento em várias síndromes patológicas, incluindo a AIDS. Desde então, se passaram 40 anos dessa descoberta que transformou a história da medicina e mudou a vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
A descoberta do HIV foi uma luta contra o tempo, uma vez que os cientistas perceberam que a doença era transmitida pelo sangue, sexo e de mãe para filho. Correndo contra o relógio, os cientistas se esforçaram para desenvolver testes de diagnóstico, traçar estratégias terapêuticas e entender melhor o vírus.
Os primeiros alertas de AIDS foram lançados nos Estados Unidos em 1981, quando doenças raras como pneumocistose e sarcoma de Kaposi foram relatadas entre jovens homossexuais. O termo “doença dos quatro H” rapidamente surgiu, fazendo referência a homossexuais, hemofílicos e haitianos. Somente em 1982 que a sigla AIDS começou a ser usada para se referir à síndrome da imunodeficiência.
Ao longo das últimas quatro décadas, os tratamentos avançaram, mas os testes de vacinas fracassaram. Isso se deve, em parte, à variabilidade do vírus, que ataca as células imunológicas que deveriam responder à vacina, deixando-as inoperantes. Mesmo com os avanços no tratamento antirretroviral, a cura ainda não foi alcançada.
Os Estados Unidos disputaram a autoria da descoberta do vírus até que um acordo foi alcançado em 1987 para nomear o americano Robert Gallo e os franceses François Barré-Sinoussi e Luc Montagnier como co-descobridores. Em 2008, o Prêmio Nobel de Medicina foi concedido aos dois cientistas franceses pela descoberta do HIV.
A epidemia de AIDS deixou mais de 40 milhões de mortos no mundo, mas graças aos avanços no tratamento antirretroviral, hoje as pessoas podem viver com HIV indetectável. No entanto, esse progresso só foi possível graças à voz dos pacientes e à sua luta pelos direitos e tratamentos adequados.