A pesquisa, realizada entre 2008 e 2018, apontou que a Bahia possui uma das taxas de mortalidade mais altas do Brasil, com uma média de 5,33 óbitos por 100 mil habitantes, superando a média nacional.
A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é transmitida principalmente pelo inseto conhecido como barbeiro. O parasita pode entrar no corpo humano ao contaminar feridas, alimentos ou bebidas, além de ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez ou por transfusões de sangue contaminado. A enfermidade atinge, sobretudo, populações em situações de vulnerabilidade social e, quando não tratada, pode levar a graves complicações no coração, muitas vezes fatais.
O estudo apontou as regiões de Barreiras, Guanambi, Irecê, Itaberaba, Santa Maria da Vitória e Santo Antônio de Jesus como os principais focos de mortalidade pela doença. Idosos com mais de 70 anos estão entre os mais vulneráveis, enquanto os homens apresentaram índices de mortalidade mais elevados do que as mulheres. Em 85% dos casos analisados, os óbitos estavam associados a complicações cardíacas, reforçando o impacto severo da doença quando não tratada adequadamente.
Entre 2012 e 2015, os números mostraram uma ligeira queda na mortalidade pela doença, mas essa tendência foi interrompida nos anos seguintes, com um aumento entre 2016 e 2018. Esse padrão reforça a necessidade de atenção contínua e de políticas mais eficazes para controlar a doença e proteger as populações vulneráveis.
Para combater o problema, o estudo sugere a implementação de políticas públicas mais direcionadas, priorizando o monitoramento e controle nas regiões mais afetadas. A integração entre vigilância epidemiológica (monitoramento da doença em pessoas) e entomológica (controle do inseto transmissor) também é crucial. Além disso, recomenda-se um planejamento regionalizado, com ações adaptadas às peculiaridades de cada área, garantindo maior efetividade na prevenção e tratamento.
A doença de Chagas, embora conhecida e tratável, permanece como um desafio significativo de saúde pública, particularmente em estados como a Bahia. A falta de acesso ao diagnóstico precoce, tratamento adequado e controle do vetor agrava a situação, expondo populações vulneráveis a riscos desnecessários.
Com esforços coordenados e investimento em políticas de saúde, é possível reverter esse cenário. O estudo serve como um alerta para a importância de agir com urgência, priorizando tanto a prevenção quanto a melhoria no atendimento à saúde, especialmente nas regiões mais impactadas. Afinal, a luta contra a doença de Chagas não é apenas uma questão de saúde pública, mas de equidade social.
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