Uma equipe de cientistas desenvolveu um método inovador para analisar a gravidade de Marte e descobriu evidências de que o planeta vermelho já teve um extenso oceano no hemisfério norte há bilhões de anos.
O método usa um processo que calcula aspectos da gravidade a partir de anomalias gravitacionais. Essas anomalias são variações na força da gravidade causadas por diferenças na densidade e na forma do corpo celeste.
Os aspectos da gravidade caracterizam as anomalias e fornecem informações completas sobre a estrutura interna, a superfície e a atmosfera do planeta. Por exemplo, um aspecto chamado grau esférico indica o tamanho do planeta, enquanto outro chamado coeficiente harmônico indica a distribuição da massa.
Os cientistas aplicaram o método aos dados da missão Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, que orbita Marte desde 2006. Eles compararam os aspectos da gravidade de Marte com os da Terra e de Vênus e encontraram padrões distintos que sugerem a existência de um antigo oceano no norte de Marte.
O método apoia a ideia de que Marte já teve um clima mais quente e úmido no passado, que permitiu a formação de um extenso oceano no hemisfério norte. O método também define o escopo do que os cientistas chamam de paleo-oceano marciano norte em mais detalhes, estimando sua profundidade, extensão e volume.
O líder do estudo, Dr. Antonio Genova, da Universidade de Roma La Sapienza, disse: “Nosso método é uma ferramenta poderosa para explorar a história geológica e climática de Marte. Ele nos permite investigar as características do planeta que não são visíveis a olho nu, como as camadas subterrâneas, as bacias oceânicas e as calotas polares”.
O coautor do estudo, Dr. Roger Phillips, do Instituto Lunar e Planetário em Houston, disse: “Nós mostramos que Marte tem uma geografia muito diferente da Terra e de Vênus. Ele tem uma dicotomia hemisférica, com uma crosta mais fina e uma topografia mais baixa no norte do que no sul. Isso implica que o norte foi coberto por um grande corpo de água no passado”.
O método também tem aplicações em outras disciplinas e planetas, como geologia, geofísica, hidrologia, glaciologia e astrobiologia. Os cientistas esperam usar o método para estudar outros corpos celestes, como a Lua, Mercúrio e asteroides.
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