Um experimento de física de partículas chamado Múon G-2 pode estar prestes a mudar a nossa compreensão do universo.
Os cientistas envolvidos no projeto anunciaram recentemente que encontraram uma diferença entre a teoria e a realidade que pode indicar a existência de novas partículas e forças da natureza que não são conhecidas pela ciência atual.
O experimento Múon G-2 mede uma propriedade de uma partícula subatômica chamada múon. O múon é parecido com um elétron, mas é mais pesado e se desintegra rapidamente. O experimento usa um grande anel magnético para armazenar e observar os múons produzidos por um acelerador de partículas. Os cientistas medem com alta precisão a frequência com que os múons giram em relação ao campo magnético. Essa frequência depende de uma medida chamada momento magnético anômalo do múon, que é uma espécie de ímã que o múon forma quando gira.
A teoria padrão da física de partículas, que é o modelo mais aceito para descrever as partículas e as forças fundamentais do universo, prevê um valor específico para o momento magnético anômalo do múon. No entanto, os resultados do experimento Múon G-2 mostraram que o valor medido é diferente do valor teórico. Isso significa que há algo além da teoria padrão que afeta o comportamento dos múons.
Essa discrepância pode ser causada por novas partículas ou forças que interagem com os múons de uma forma que a teoria padrão não consegue explicar. Essas novas partículas ou forças poderiam ser pistas para resolver alguns dos maiores mistérios da física, como a matéria escura, a energia escura e a origem do universo.
O experimento Múon G-2 começou no CERN, na Europa, na década de 1960 e depois foi transferido para o Fermilab, nos Estados Unidos. Os resultados mais recentes foram anunciados em agosto de 2023 e são baseados em dados coletados entre 2018 e 2021. Os cientistas ainda precisam de mais dados e análises para confirmar a descoberta e eliminar possíveis fontes de erro. Eles esperam ter uma resposta definitiva nos próximos anos.
O experimento Múon G-2 é um dos mais importantes da física atual e pode abrir as portas para uma nova era de descobertas científicas. Se confirmada, a diferença entre a teoria e a realidade pode ser uma das maiores revoluções da história da ciência.