No mundo da educação médica, um debate antigo ainda ressoa com força: como ensinar de maneira eficaz?
Harvey Cushing, um renomado professor de cirurgia, trouxe à tona reflexões valiosas sobre essa questão.
Cushing, citando o grande Leonardo da Vinci, nos lembra que há uma grande diferença entre teorizar sobre o ensino e realmente encontrar pessoas capazes de colocar em prática essas teorias admiráveis. Ele argumenta que a educação é um processo contínuo, onde o papel do professor é despertar a curiosidade, e não apenas fornecer respostas prontas.
Ele observa que as metodologias de ensino estão sempre mudando, muitas vezes influenciadas por autoridades externas. Atualmente, as aulas didáticas tradicionais estão caindo em desuso nas escolas médicas, mas Cushing sugere que elas podem voltar a ser populares no futuro.
Cushing também critica a padronização do ensino, comparando-a com a moda ditada por autoridades desconhecidas. Ele relembra os tempos em que os estudantes de medicina aprendiam ao lado de mestres como Nathan Smith, adquirindo conhecimento íntimo sobre as doenças e seus pacientes. Hoje, essa abordagem personalizada foi substituída por salas de aula lotadas e um sistema que parece mais uma fábrica do que um espaço de aprendizado.
John Henry Newman, em seus “Esboços Históricos”, também enfatiza a importância da influência pessoal dos professores sobre os alunos. Sem essa interação pessoal, diz Newman, o sistema educacional se torna frio e rígido como um inverno ártico.
Essas reflexões nos convidam a pensar sobre o equilíbrio necessário entre a profundidade do mentorado pessoal e a amplitude da educação padronizada. Elas apontam para a necessidade de um sistema que valorize tanto a individualidade do aluno quanto a eficiência do ensino coletivo, preparando médicos não apenas para passar em exames, mas para tratar pacientes reais com compaixão e habilidade.