A consciência, essa capacidade de sentir, pensar e experimentar o mundo ao nosso redor, é um dos maiores enigmas da humanidade.
Há séculos, filósofos e cientistas tentam desvendar seus mistérios, buscando entender sua origem, localização e funcionamento.
Uma das teorias mais intrigantes é a da Redução Objetiva Orquestrada (Orch OR), proposta pelos físicos Roger Penrose e Stuart Hameroff na década de 1990. Essa teoria sugere que a consciência é um processo quântico que se origina em microtúbulos, estruturas minúsculas presentes nas células nervosas do cérebro.
De acordo com Hameroff, a consciência quântica precisa ser invariante de escala, como um fractal, para se conectar e se emaranhar com partículas quânticas fora do cérebro. Essa ideia, inicialmente descartada por causa da crença de que a coerência quântica só existia em ambientes frios e controlados, ganhou força com novas descobertas em biologia quântica.
Estudos recentes demonstraram que os seres vivos utilizam propriedades quânticas mesmo em temperaturas ambientes. Além disso, pesquisas sugerem que os microtúbulos em nossos cérebros podem ser ainda mais eficientes na proteção dessa coerência quântica do que a clorofila, molécula responsável pela fotossíntese nas plantas.
Um experimento realizado pelo físico e professor de oncologia Jack Tuszynski, no qual um modelo computacional de microtúbulo foi simulado sob iluminação por luz ultravioleta, indicou que as reações quânticas podem durar até cinco nanossegundos – milhares de vezes mais do que se previa.
Outra teoria intrigante é proposta pelo físico matemático Timothy Palmer, da Universidade de Oxford. Ele sugere que a consciência quântica é o resultado do universo operando em um espaço de estado com geometria fractal particular. Segundo Palmer, nossa experiência de livre arbítrio e a percepção de uma consciência externa derivam da interação com outros universos que compartilham nosso espaço de estado.
Embora essas teorias e experimentos ainda não forneçam uma resposta definitiva sobre o que é a consciência, elas abrem caminho para uma compreensão mais profunda de sua natureza. Ao indicar que a consciência não é um conceito abstrato, mas algo que pode ser localizado e estudado, a ciência abre portas para novas pesquisas e desvendamentos sobre a mente humana.
Vale ressaltar que a pesquisa sobre a consciência quântica ainda está em seus primórdios e muitas perguntas permanecem sem resposta. No entanto, os avanços científicos nessa área são promissores e podem levar a uma nova era de compreensão sobre a natureza da mente humana e do universo como um todo.