Muito se ouve falar sobre os planos de Jair Bolsonaro (PSL) para a segurança, com a aprovação do porte de arma; sobre a educação com o programa Escola Sem Partido e sobre a economia, que na verdade não é um plano dele, mas sim do economista Paulo Guedes. Mas e sobre os planos de Bolsonaro para as mulheres?
No último debate entre Presidenciáveis, que ocorreu na sexta-feira (17/08), na RedeTV! Bolsonaro e Marina Silva (REDE) protagonizaram um verdadeiro toma lá da cá, que iniciou exatamente com esta preocupação.
Os planos de Bolsonaro quanto às mulheres são bem polêmicos, talvez porque nem existam e quem reforçou isso foi o próprio candidato ao dizer, durante o debate, que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa com que ele não precisa se preocupar porque já está na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Única mulher disputando a presidência, Marina Silva foi convocada ao centro do palco da RedeTV!, que mais remetia a um ringue, para responder uma pergunta sobre o porte de armas, que acabou sendo deixada de lado, pois a acreana notou de longe que ali seria a chance de cutucar o maior ponto fraco da campanha do adversário e começou logo dizendo:
“Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida, a última a ser promovida… Tem de se preocupar sim, porque, quando se é presidente da República, tem de se fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal, que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada. Não pode fazer vista grossa dizendo que não precisa se preocupar. Precisa se preocupar, sim. Um presidente da República está lá para combater a injustiça”, ensinou ela.
Este pisão não pegou nada bem à imagem que Bolsonaro tem tentado reconstruir, após anos de discursos fascistas e os resultados vieram à tona nesta semana. A assessoria do candidato já informou que ele não irá mais participar dos próximos debates e o Datafolha divulgou nessa quarta-feira (22/08) que a rejeição das mulheres ao nome de Jair Bolsonaro cresceu nove pontos percentuais, saltando de 34% para 43%.
Ainda sobre a temática da equiparação salarial e relembrando um dos seus discursos fascistas, temos a entrevista do parlamentar no programa Superpop em 2016, que achega-se como mais um argumento de que ele não irá governar por nós mulheres. “Eu não empregaria [mulheres e homens] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente”.
Não governar por nós já é ruim, mas ainda é pouco perto do desrespeito e machismo do candidato. Atualmente, Bolsonaro é réu em Ação Penal no STF por incitação ao estupro, após ter discutido com a Deputada Federal , falando que ela não merecia ser estuprada por ser muito feia.
E isso piora? Piora! Bolsonaro está liderando as pesquisas. Se eleito, ele não decidirá nada sozinho. Todas as medidas passam pelo legislativo, mas este é formado pelo o quê? Majoritariamente homens. O que deve aumentar: 49% dos partidos não vão lançar mulheres ao Senado em 2018.
Mas, o que é feminino?
O eleitorado. As mulheres representam atualmente 52% dos eleitores e, numa democracia, o voto é que decide o futuro. Vamos todas pensar nisso? Bolsonaro não é o nosso candidato!