Cientistas do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha (AWI) da Alemanha, chegaram à conclusão que o derretimento do permafrost na costa do mar de Okhotsk aumenta o efeito estufa e o aquecimento global, relata o EurekAlert!.
Os pesquisadores analisaram sedimentos marinhos ao longo da costa oriental do mar de Okhotsk, cuja idade atingiu 11,5, 14,6 e 16,5 mil anos. Sabe-se que naqueles tempos, coincidindo com o fim da última era de glaciação, houve aumentos repentinos de concentração de dióxido de carbono na atmosfera da Terra, mas suas causas permaneceram desconhecidas.
Descobriu-se que os depósitos continham resquícios de plantas que desciam ao leito do mar. A massa orgânica era milhares de anos mais velha do que as rochas circundantes, o que indicava que as rochas foram liberadas durante o derretimento do permafrost e caíram nos rios.
Aproximadamente 11,5 e 14,6 mil anos atrás, quando houve um derretimento intenso das geleiras, o nível do mar subiu cerca de 20 metros em apenas alguns séculos. Isto, por sua vez, levou a uma erosão significativa do permafrost costeiro no mar de Okhotsk e na parte norte do oceano Pacífico.
No entanto, o derretimento do permafrost também levou a um aumento do efeito estufa devido à liberação de um grande volume de dióxido de carbono. Esse composto químico é formado na criolitozona em consequência da decomposição bacteriana de uma enorme quantidade de biomassa (principalmente restos de plantas) contida no solo congelado.
Os resultados da modelagem computacional confirmaram que a erosão contribuiu para um aumento de 50% no nível de gases do efeito estufa na atmosfera entre 11 a 14 mil anos atrás e em 25% há 16 mil anos.
Segundo os cientistas, no momento, este cenário está sendo implementado repetidamente. A costa do Ártico está se deteriorando rapidamente e, em alguns lugares, o litoral se parte a uma velocidade de 20 metros por ano. O fato é que, até agora, a influência da erosão do permafrost nos modelos climáticos tem sido subestimada. Por Sputnik Brasil.