Se fossem aproveitados todos os resíduos sucroenergéticos, de saneamento e de proteína animal, o Brasil teria a capacidade de produzir 123 milhões de metros cúbicos por dia de biogás, o suficiente para substituir 70% do consumo de diesel ou 35% do consumo de energia elétrica.
A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (ABiogás), Alessandro Gardemann, que está participa hoje (31) do V Fórum do Biogás, em São Paulo.
O encontro reúne 300 pessoas, entre empresários, técnicos e representantes de setores públicos.
Gardemann destacou que, apesar deste pontencial, a participação na matriz energética brasileira ainda é muito baixa, de apenas 0,5%.
“Já temos políticas públicas definidas, incentivos por meio do RenovaBio e tecnologia para alavancar o setor e, assim, evitar o desperdício de energia, ajudando no combate à emissão de gás carbono na atmosfera.”
Para aumentar o uso do biogás no país, Gardemann sugere que é preciso atrair mais investidores para o setor. Os investimentos neste ano devem atingir algo em torno de R$ 500 milhões, avaliou.
Dados da Abiogás indicam que o Brasil é reconhecido pelo maior potencial energético do mundo em biogás com um total estimado de 52 bilhões de metros cúbicos por ano.
A capacidade instalada mais do que dobrou entre 2013 e 2018, passando de 70.473 KW para 153.090 KW, alta de 117%.
Entre 2016 e 2017, o setor apresentou um crescimento de 14%. As 35 usinas cadastradas no sistema ampliaram a potência instalada de 118,6 megawatt (MW) para 135,279 MW.