O objeto interestelar em forma de charuto Oumuamua, o primeiro asteroide detectado que não vem do Sistema Solar, continua a atrair a atenção dos astrônomos.
Um novo estudo, realizado pelos cientistas Amir Siraj e Abraham Loeb do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard, afirma que ao basear suposições no curioso grupo de objetos interestelares chamados de centauros, os astrônomos podem encontrar mais corpos celestes escondidos em nosso Sistema Solar.
Centauros são objetos que se comportam um pouco como cometas, mas também um pouco como asteroides. O maior, chamado 10199 Chariklo, tem cerca de 250 quilômetros de diâmetro, o que o torna um planeta menor (que também tem anéis), enquanto que a maioria é provavelmente pequena demais para ser vista por telescópios, explica o site Futurism.com.
Devido ao fato da órbita dos centauros serem excêntricas, os astrônomos acreditam que os objetos chegaram a seus locais atuais, ou seja, entre Júpiter e Netuno, migrando das margens do Sistema Solar.
Para os cientistas do estudo, se quaisquer objetos no sistema solar são objetos interestelares capturados, eles provavelmente são centauros, o que resulta na descoberta de quatro outros candidatos.
Ao realizarem simulações para determinar qual seria o tipo de órbita que o objeto poderia adquirir após ser capturado pela grande gravidade do Sol, foram encontrados objetos cujas órbitas coincidem com as hipóteses previstas.
Cientistas estimam que cerca de 6 mil objetos interestelares do tamanho de Oumuamua estejam presos no Sistema Solar, dos quais aproximadamente 350 devem ser identificáveis devido a suas órbitas semelhantes ao centauros.
“Descobrimos que quatro objetos conhecidos têm parâmetros orbitais indicadores de possível origem interestelar: 2011 SP25, 2017 RR2, 2017 SV13 e 2018 TL6”, diz o artigo.
“De toda a população de objetos interestelares presos, estimamos que existam uns 66 objetos interestelares, com diâmetros entre 100 metros e 10 km, detectáveis pelo [telescópio] LSST.”
Por possuir a maior câmera digital do mundo, o Grande Telescópio de Levantamento Sinóptico (LSST), localizado no alto das colinas chilenas, será usado para identificar asteroides e cometas que possam ameaçar a Terra.
Com a ajuda do avançado telescópio, Siraj e Loeb acreditam que seja possível achar os centauros com as características orbitais que eles concluíram que irão revelar suas origens interestelares.
Loeb tem sido criticado por sugerir que o asteroide Oumuamua, que passou perto da Terra no começo deste ano, “possa ser uma espaçonave alienígena”.
“Ao fazer isso, eles [outros cientistas] traem o propósito da profissão”, disse Loeb recentemente ao Ars Technica, adicionando que as pessoas devem “propor alternativas” ao invés de fecharem suas mentes.