Tendo examinado os restos mortais das pessoas que foram enterradas debaixo d’água, em um lago localizado na região de Isokyro, cientistas finlandeses descobriram que as pessoas falecidas estavam relacionadas com o atual povo sámi (um grupo étnico nativo da Lapônia, o território dessa população abrange regiões da Noruega, Suécia, Finlândia e a península de Kola, na Rússia), podendo desta maneira lançar luz sobre as origens das antigas migrações dos povos na Europa.
De acordo com o Daily Mail, apesar de os motivos exatos do enterramento de pessoas desta maneira ainda não serem muito claros, o enterramento subaquático, aparentemente exclusivo da Finlândia, garantiu que os restos dos corpos tenham permanecido “excepcionalmente bem preservados”, permitindo aos investigadores determinar que eles remontam até a um período entre 400 e 800 d.C.
Levanluhta é o maior sítio arqueológico e local de enterramento da Idade do Ferro no país e nele foram encontrados restos de corpos de cerca de 98 pessoas junto com vários artefatos, tais como broches e braceletes valiosos, desde a sua descoberta no século XIX.
Cientistas conseguiram também determinar que a maioria dos restos mortais pertencia a mulheres e crianças, o que, junto com a ausência de qualquer tipo de povoações contemporâneas perto do lago, lhes fez pensar que o local seria usado para enterrar pessoas “que eram de algum modo diferentes, ou pertenciam a um grupo específico dento da sociedade”.
“O projeto Levanluhta exige estudos mais aprofundados, não apenas para coletar mais informações de DNA, mas também para perceber o enterramento na água como fenômeno”, explica a autora da investigação Kristiina Mannermaa, da Universidade de Helsinque, afirmando que a resposta para esta questão ainda tem que ser encontrada.