A imprensa francesa esportiva repercute em peso nesta terça-feira (9) as declarações do diretor esportivo do PSG, Leonardo, que se diz favorável à saída do jogador do clube. “Está claro para todo mundo que Neymar quer ir embora”, afirmou o brasileiro ao jornal Le Parisien. Sites e diários esportivos o apoiam sem rodeios.
“Com Leonardo, acabou a brincadeira”, afirma o jornal L’Équipe. Para o repórter Damien Degorre, o não comparecimento do atacante na data prevista pelo PSG irritou, com razão, o diretor esportivo do clube.
“O PSG retoma o poder”, afirma o site Eurosport. “O brasileiro não estava presente e sua ausência não será desculpada. Não desta vez. Nada melhor que uma punição contra a diva brasileira para marcar essa posição”, diz a matéria assinada pelo jornalista Vincent Bregevin.
Entrevistado pela rádio France Info, Virgile Caillet, especialista em marketing esportivo, elogia a atitude do diretor esportivo. “O PSG voltou a controlar a situação com a chegada de Leonardo e o trabalho de um verdadeiro líder”, afirma.
Período frágil na carreira de Neymar
Segundo Caillet, o clube parisiense aproveita para retomar as rédeas durante um período frágil na carreira do atacante, que está lesionado e enfrenta uma acusação de estupro. “A relação de força mudou, finalmente. Neymar está em posição de fraqueza em relação ao clube”, avalia.
Para o especialista, não é surpreendente que nenhum time tenha feito uma oferta para levar Neymar do PSG. Caillet acredita que vários detalhes podem dificultar a aquisição do jogador, como os altos valores para sua transferência e seu salário.
“É preciso também encontrar clubes capazes de assumir a desigualdade total de salário em relação a outros jogadores. Então, não há muitos clubes no planeta capazes de acolher Neymar”, diz.
Além disso, o controverso comportamento do atacante brasileiro não ajuda a atrair o interesse dos clubes. “Para adquirir um jogador deste calibre e neste nível de preço, é preciso refletir, porque Neymar é capaz de bagunçar um vestiário”, analisa.
De acordo com o especialista, mesmo que Neymar seja um atleta excepcional, “não é o primeiro jogador que os clubes gostariam de recrutar”. “Além do valor, diz respeito também à mensagem que o clube quer enviar ao plantel. O patrão não pode ser um jogador, tem que ser o clube. É isso o mais importante na situação atual entre Neymar e o PSG”, conclui.