Três pesquisadores vinculados ao Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP – foram agraciados com o International Scholarship Award durante o 71º Encontro Anual da American Academy of Neurology, nos Estados Unidos. São eles: Lucas Scardua Silva, Marilise Katsurayama e Fabricio Castro de Borba.
A premiação confere suporte financeiro a pesquisadores do mundo todo (exceto Estados Unidos e Canadá). Os pesquisadores têm seu potencial acadêmico avaliado de acordo com resumo de paper ou pôster enviado à organização do evento.
Durante o encontro, realizado em maio na Filadélfia, os cientistas tiveram que apresentar uma aula de oito minutos para uma plateia de especialistas dentro do congresso anual da academia americana de neurologia. São 30 prêmios para o mundo inteiro.
Silva venceu com o trabalho “Bilateral and Left Atrophy Severely Disrupt Functional Connectivity in Temporal Lobe Epilepsy”. Orientado pela professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Clarissa Lin Yasuda, o estudo utilizou ressonância magnética funcional para avaliar a conectividade funcional dos diferentes grupos de epilepsia do lobo temporal.
O trabalho de Marilise Katsurayama também foi orientado por Yasuda. O título é “Cortical Atrophy in First-Degree Asyntomatic Relatives of Non Familial Temporal Lobe Epilepsy Patients”. Nele, Katsurayama analisou a região cortical e subcortical do cérebro de familiares de pacientes com epilepsia do lobo temporal através de recursos de neuroimagem. A análise evidenciou atrofia em regiões como giro pós central e giro parietal superior, o que pode estar relacionado com o fator da hereditariedade na epilepsia do lobo temporal.
Borba recebeu o prêmio pelo estudo “Distinct patterns of cerebellar damage in sporadic and C9ORF72-related ALS”, que faz parte de projeto do professor da Unicamp Marcondes Cavalcante França Júnior.
O trabalho de Borba analisou ressonância magnética do cerebelo de pacientes com esclerose lateral amiotrófica e de um subtipo genético da doença. A análise foi feita utilizando um software de segmentação automático denominado CERES.
Os premiados destacaram o papel do BRAINN na conquista do prêmio. “Sem a estrutura de pesquisa do Laboratório de Física Médica e Neuroimagem do BRAINN nada disso seria possível, bem como o conhecimento do pessoal treinado pelo grupo, inclusive colegas pós-graduandos, alunos de graduação e docentes”, disse Silva.