Desde início da década de 1960, cientistas discutem sobre a chamada zona morta do golfo de Omã, uma região aquática praticamente sem oxigênio.
Devido à pirataria e a constantes tensões geopolíticas na região, a zona não foi analisada desde então e por tanto foi difícil prever os efeitos da mudança climática e a mão do homem nas últimas décadas.
No entanto, uma investigação publicada em 27 de abril na revista Geophysical Research Letters revelou um “dramático aumento” no tamanho desta zona. Uma situação “pior do que receavam” que põe em risco a vida aquática e ameaça se transformar em um sério problema ambiental, informa o diário The Independent.
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A equipe de investigação, dirigida por Bastien Queste da Universidade de East Anglia (Norfolk, Reino Unido), mergulhou dois veículos autônomos — planadores subaquáticos — no golfo de Omã durante oito meses para obter imagem dos níveis de oxigênio e os mecanismos oceânicos que transportam este elemento de uma área a outra. Os dispositivos alcançaram a profundidade de até 1.000 metros e cobriram uma área que abrange milhares de quilômetros.
‘Consequências nocivas’
Dados recebidos mostram que onde se esperava encontrar oxigênio, agora os níveis são quase nulos. Trata-se de uma área de cerca de 165.000 km² o que é aproximadamente o dobro do território da Escócia, ou um pouco menos do tamanho do estado brasileiro do Paraná. Entretanto, há suspeitas de que seja maior e esteja crescendo, acarretando “consequências nocivas” para quem depende de oceanos como fonte de emprego e alimentação.
“É um desastre que está a ponto de ocorrer devido às mudanças climáticas. As águas quentes contêm menos oxigênio e mais substâncias fertilizantes e águas resíduas provenientes da terra chegam aos mares”, afirma Queste.
O próximo passo dos especialistas é realizar uma imersão mais profunda para determinar melhor as causas do crescimento das zonas “mortas”.