Um novo estudo publicado na revista Science alerta que a maioria dos países que se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para zero até o final do século não tem metas confiáveis ou políticas concretas para alcançá-las. Isso coloca o mundo em alto risco de sofrer os piores impactos das mudanças…
Os pesquisadores analisaram as características das metas de emissões líquidas zero (net-zero) de 131 países, que representam 90% das emissões globais. Eles atribuíram uma classificação de credibilidade para cada meta, com base em critérios como o grau de ambição, a abrangência dos setores e gases cobertos, o nível de apoio político e social, a existência de planos e políticas de longo e curto prazo e o alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris.
O resultado foi preocupante: apenas 10% das metas foram consideradas de alta credibilidade, enquanto 45% foram classificadas como de baixa credibilidade e 45% como de credibilidade muito baixa. As metas de alta credibilidade foram encontradas principalmente em países da União Europeia, que têm leis nacionais vinculantes e planos detalhados para atingir a neutralidade climática até 2050.
Já as metas de baixa ou muito baixa credibilidade foram predominantes em países em desenvolvimento, que dependem fortemente de combustíveis fósseis e têm pouca capacidade institucional ou financeira para implementar a transição energética. Alguns países, como Brasil, China e Índia, nem sequer anunciaram uma meta de emissões líquidas zero.
Os autores do estudo estimaram que, se todas as metas fossem cumpridas integralmente, o aquecimento global poderia ser limitado a cerca de 1,8°C até o final do século. No entanto, se apenas as metas de alta credibilidade fossem levadas em conta, o cenário seria bem diferente: o planeta poderia aquecer até 2,9°C, ultrapassando o limite de 2°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
Para evitar esse resultado catastrófico, os pesquisadores recomendam que os países aumentem a credibilidade de suas metas climáticas, tornando-as legalmente vinculantes e apoiadas por planos e políticas de longo e curto prazo. Eles também sugerem que os países revisem periodicamente suas metas e as alinhem com as melhores evidências científicas disponíveis.
O estudo foi realizado por uma equipe internacional de cientistas de diversas instituições, incluindo o Imperial College London, o Instituto Internacional para Análise de Sistemas Aplicados, o Instituto Mundial de Recursos, a Universidade da Califórnia-Berkeley, a Agência Ambiental da Holanda, o Instituto para Estudos Ambientais, o NewClimate Institute, o Instituto Copernicus para Desenvolvimento Sustentável e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fonte: Link.
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