O incêndio já deixou 20 feridos na região de Castelo Branco, incluindo oito bombeiros e doze civis, segundo relatório do Ministério do Interior. Uma pessoa gravemente queimada foi retirado por helicóptero para Lisboa, 200 km ao sul.
Às 12h30 (8h30 de Brasília), mais de 1.300 bombeiros e 400 veículos lutavam contra as chamas, de acordo com o site da Defesa Civil. A maior parte do dispositivo trabalha perto do município de Vila de Rei, com cerca de 800 bombeiros, 245 veículos e 13 meios aéreos.
“Apenas o incêndio em Vila de Rei continua ativo”, disse o ministro do Interior de Portugal, Eduardo Cabrita.
O incêndio em Vila de Rei se alastrou por cerca de 25 km desde o ponto de origem. Dois outros incêndios florestais declarados na véspera foram controlados durante a noite.
Nenhum vilarejo foi esvaziado, mas a Defesa Civil indicou que pode tomar a medida “sem qualquer hesitação, em caso de agravamento da situação”.
Temperaturas limites de 41°C
Cinco regiões no centro e do sul de Portugal estão em alerta máximo para incêndio devido à seca e ventos.
Mas as temperaturas permanecem abaixo de 41 graus na região de Castelo Branco, um limiar que desencadeia o alerta vermelho de onda de calor.
Os incêndios florestais, alimentados pelos ventos fortes, começaram no sábado à tarde em três frentes de difícil acesso na região de Castelo Branco.
As regiões montanhosas e cobertas de florestas do centro de Portugal são regularmente locais de incêndios, incluindo os mais mortíferos da história do país. Em junho e outubro de 2017 um total de 114 pessoas morreram em dois grandes focos.
Eucaliptos inflamáveis
Região altamente afetada pelo êxodo rural, é habitada principalmente por pessoas idosas. Os vilarejos se escondem nas florestas de eucalipto, uma espécie extremamente inflamável, mas muito procurada pela indústria do papel.
Apesar dos riscos, os habitantes locais plantam essas árvores que crescem muito rapidamente e representam para elas uma fonte de renda significativa.
Campos e pastagens abandonados, florestas negligenciadas e a vegetação rasteira facilitam o alastramento do fogo.
Traumatizado por esses desastres, o governo mobilizou meios significativos para impedir a recorrência de grandes incêndios.
Melhor comunicação
No início de junho, decidiu nacionalizar o sistema de comunicações de emergência (SIRESP), muito criticado por uma série de deficiências durante os incêndios mortais de 2017. Na ocasião, os bombeiros, pouco equipados com meios de transmissão, tiveram problemas para coordenar as operações e bloquear estradas a tempo de impedir que os motoristas ficassem presos nas chamas.
De acordo com um estudo do Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais (EFFIS) publicado em maio, mais de 250.000 hectares foram queimados em toda a Europa entre janeiro e abril de 2019, um total que já ultrapassou os 181.000 hectares queimados durante toda a temporada de incêndios de 2018.