Este mês, os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA tiveram que atualizar as coordenadas do Polo Norte magnético antes do tempo.
Isso ocorreu devido à sua deslocação do Ártico Canadense em direção à Sibéria, na Rússia, com uma média de mais de 55 quilômetros por ano, em vez dos menos de 15 quilômetros por ano há duas décadas.
O movimento, considerado mais rápido do que o normal, gerou especulações sobre como o fenômeno poderia afetar a humanidade.
Como a Sputnik Internacional citou anteriormente, é provável que as pessoas não sejam afetadas. No entanto, a vida selvagem pode sofrer em decorrência da sua dependência dos polos magnéticos devido à sua dependência dos campos magnéticos dos polos para sua navegação.
O movimento acelerado do polo pode provocar o reverso da polaridade na Terra e a troca de lugares pelos polos magnéticos, tema que foi muito discutido pelos cientistas devido ao atual “cabo de guerra” que ocorre entre zonas de campos magnéticos no norte do Canadá e da Sibéria.
Segundo o jornalista canadense Gwynne Dyer, não há necessidade de entrar em pânico perante essa perspectiva, tendo anteriormente o campo magnético da Terra já revertido a polaridade ao menos 183 vezes, conforme o registro geográfico. Ele assegura que “será a outra extremidade da agulha que vai apontar o Norte magnético, mas o campo magnético continuará cumprindo sua função primária de reter as partículas de alta energia, que de outra forma banharia a superfície do planeta com radiação”.
Um possível problema apontado pelos cientistas é que a transição, que poderia levar mil anos para estar completa, enfraqueceria muito o campo magnético, que poupa a Terra da mortífera radiação solar e cósmica, com as forças do campo magnético caindo para aproximadamente 5 a 10% dos níveis normais.
Dyer enfatizou que “o consenso entre os cientistas é que a superfície do planeta não é bombardeada pela forte radiação durante os intervalos, quando o campo magnético gerado pela Terra internamente quase desapareceu por algum tempo. Ao invés disso, o próprio vento solar induz um campo magnético no extremo limite superior da atmosfera do planeta [a ionosfera], impedindo que as partículas de alta energia atinjam a superfície”.
O Dr. Andrew Roberts, cientista e coautor de um recente estudo, afirmou que o enfraquecimento do campo magnético não será forte o bastante para ameaçar a vida na Terra. Contudo, ele ressaltou que pode ocorrer uma irrupção de energia superquente e supercarregada em direção à Terra que pode provocar danos extensivos na infraestrutura elétrica, desde espaçonaves e instrumentos de satélite nas órbitas próximas da Terra até redes energéticas inteiras na própria Terra.