O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou nesta quinta-feira (15) que a reunião extraordinária, que deverá validar o compromisso de acordo sobre o Brexit, negociado com o Reino Unido, acontecerá no dia 25 de novembro. Dois ministros britânicos já pediram demissão por discordarem do projeto anunciado pela premiê Theresa May.
A informação foi dada depois de uma conversa entre o representante europeu e o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier. “Se nada excepcional acontecer, o encontro será realizado”, disse Tusk.
Nesta quinta-feira, o ministro britânico encarregado do Brexit, Dominic Raab, e a secretária de Estado adjunta, Suella Braverman, pediram demissão, alegando divergências em relação ao acordo com a União Europeia.
Além deles, a secretária do Estado Britânico para o Trabalho, Esther McVey e o secretário de Estado britânico para a Irlanda do Norte, o conservador Shailesh Vara, também anunciaram seu afastamento do governo. “Não posso apoiar o acordo de retirada concluído com a União Europeia”, disse Vara em sua carta de demissão publicada no Twitter.
Segundo ele, o texto de 585 páginas não responde “ao desejo dos britânicos expressado no referendo de junho de 2016, deixando o Reino Unido “no meio do caminho, sem data definida para determinar quando seremos, enfim, uma nação soberana”. O ponto mais polêmico do acordo envolve as decisões que visam impedir o retorno de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, membro da UE.
O compromisso discutido com os europeus prevê uma “faixa de segurança”, garantindo a manutenção do Reino Unido na união aduaneira com a União Europeia, caso não seja obtido nenhum acordo sobre a futura relação entre Bruxelas e Londres.
Voto de censura
A primeira-ministra britânica defenderá o projeto diante do Parlamento ainda nesta quinta-feira. Ela conseguiu convencer seu gabinete depois de cinco horas de debate e fortes tensões internas. Cerca de dez ministros são contrários ao Brexit.
De acordo com o canal de TV ITV, cerca de 48 parlamentares deve pedir um voto de censura contra o governo de Theresa May. Um voto de moção de censura poderá ser programado se 15% dos deputados trabalhistas pedirem ao presidente do comitê 1922, que não exercem funções governamentais, um voto de confiança.
“Bom para a economia francesa”
O projeto de acordo concluído entre a União Europeia e o Reino Unido sobre o Brexit é uma “boa novidade para a economia francesa”, disse nesta quinta-feira o ministro da Economia francês Bruno Le Maire. “É uma boa novidade para a economia francesa e a para as empresas francesas. Todos queremos que o Brexit e a transição aconteça paulatinamente”, declarou. Ele disse, entretanto, que se o Reino Unido continuar na união alfandegária, deverá respeitar o regulamento europeu.