Os astrogeólogos queriam entender se as paisagens de areia marciana ainda estavam mudando porque, apesar das ocasionais tempestades de poeira em todo o Planeta Vermelho, os ventos marcianos geralmente não tendem a deslocar tanta areia por serem considerados brandos.
“Em Marte, simplesmente não há energia eólica suficiente para mover uma grande quantidade de material em torno da superfície”, disse o astrogeólogo Matthew Chojnacki, do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona (EUA).
“Você poderia passar dois anos em Marte para ver o mesmo movimento que normalmente veria em uma estação na Terra”, afirmou Chojnacki, que é um dos autores do estudo publicado na revista Geology.
Durante um período de dois a cinco anos, imagens obtidas de 54 áreas de dunas foram analisadas para que se entendessem melhor os movimentos das paisagens de areia marciana. Descobriu-se então que a migração das dunas se movia a uma velocidade de meio centímetro por ano – cerca de 50 vezes mais lenta do que algumas das dunas de areia mais rápidas da Terra.
Ao examinarem a areia em uma variedade de locais, incluindo crateras, fendas, cânions, planícies e bacias polares, os cientistas descobriram que, de todas as regiões arenosas, o movimento era mais forte em três locais, que possuíam algo em comum: fortes transições na topografia e temperatura da superfície.
“Esses não são fatores que seriam encontrados na geologia terrestre. Na Terra, os fatores são diferentes de Marte. Por exemplo, a água subterrânea perto da superfície ou as plantas que crescem na área retardam o movimento da areia nas dunas”, concluiu o pesquisador.
Esta pesquisa fornece dados importantes que podem ser usados em caso de uma eventual viagem da humanidade a Marte.