O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) recebeu na manhã desta quinta-feira em sua casa, no Rio de Janeiro, o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, que trouxe um convite para o ex-capitão do Exército Brasileiro visitar a Casa Branca.
Bolton chegou à casa de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, por volta das 6h55, sob forte esquema de segurança. Foi recebido com continência pelo presidente eleito. A reunião entre ambos durou aproximadamente uma hora. O norte-americano deixou o local sem falar com a imprensa.
Nas redes sociais, Bolton elogiou Bolsonaro e revelou um convite do presidente dos EUA, Donald Trump, para que visite Washington.
“Apreciei uma discussão muito produtiva com o Presidente eleito do Brasil Bolsonaro e sua equipe de segurança nacional. Eu estendi um convite do Pres. Trump para @JairBolsonaro para visitar os EUA. Estamos ansiosos para uma parceria dinâmica com o Brasil”, escreveu.
Ao lado de Bolsonaro, representando o novo governo, estiveram os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Senador eleito, o deputado estadual Flávio Bolsonaro – filho do ex-capitão – também participou.
“Uma muito producente e grata reunião com o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. Estive acompanhado de nosso futuro Ministro da Defesa (General Fernando), Relações Exteriores (Ernesto Araújo) e com o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (General Heleno)”, publicou Bolsonaro.
Do lado estadunidense, estiveram presentes o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança americano, Garrett Marquis, o diretor do conselho para assuntos do Hemisfério Ocidental, Mauricio Claver-Carone, o diretor para o Brasil, David Schnier, e o encarregado de negócios, Bill Popp.
Objetivos
Tido como um dos principais conselheiros de Trump, Bolton fez uma escala no Brasil antes de seguir para a Argentina, onde participa da cúpula do G20, que acontece em Buenos Aires.
Na véspera da sua vinda ao país, em entrevista concedida na Casa Branca, Bolton destacou que o seu encontro com Bolsonaro era “um resultado da ligação do presidente Trump para parabenizá-lo na própria noite da eleição [em 28 de outubro]”.
“Eles [Trump e Bolsonaro] tiveram uma ligação telefônica realmente extraordinária, e acredito que desenvolveram uma relação pessoal, ainda que remotamente. Encaramos como uma oportunidade histórica para que o Brasil e os Estados Unidos trabalhem juntos em uma série de áreas, como economia, segurança e outras”, completou.
De acordo com analistas, a aproximação de Trump e Bolsonaro é tida como importante para os EUA, que espera uma maior participação – e alinhamento – do Brasil em temas como a crise na Venezuela (com possíveis sanções de Brasília a Caracas), e o embate com governos de Cuba e Nicarágua, países classificados por Bolton como a “Troica da Tirania”.
Além disso, a costura de uma aliança entre Washington e Brasília deve envolver temas como segurança e o avanço da China na América Latina – Pequim é a maior parceira comercial do Brasil, e vive uma guerra comercial com o governo Trump.
Especulada logo após a vitória de Bolsonaro, em outubro, a vinda de Trump para a posse do presidente eleito, em janeiro de 2019, ainda não foi confirmada pela Casa Branca. Contudo, costumeiramente Bolton tem por hábito preparar o terreno antes de importantes encontros do presidente dos EUA.