O ativista do grupo punk Pussy Riot, Piotr Verzilov, foi internado na unidade de toxicologia do Hospital Clínico Bakhrushin de Moscou em estado “crítico” e com supostos sinais de envenenamento, denunciou hoje (13) o grupo em sua página no Facebook.
Ele é um dos quatro ativistas do Pussy Riot que invadiram o campo do estádio Luzhniki durante a final da Copa do Mundo no jogo entre França e Croácia, e um dos editores da plataforma independente de notícias Mediazona.
A companheira de Versilov, Veronika Nikulshina, disse ao jornal digital Meduza, dirigido por Verzilov, que ele “começou a perder a visão, a fala e a mobilidade”.
Seus amigos relataram que a mãe do ativista tentou visitá-lo no hospital na quarta-feira à tarde, mas os funcionários não permitiram, e “inclusive recusaram informar a ela o estado de saúde e o diagnóstico preliminar de Verzilov.”
“No hospital, disseram para a sua mãe que não tinham permissão para dar essa informação. Disseram-lhe que fosse embora e foram desrespeitosos. Falaram que ela não podia ficar ali e insistiram em que não podiam dar nenhum dado sobre seu filho até que ele mesmo assinasse a autorização”, relatou o Meduza.
Os amigos do ativista denunciaram que Verzilov não pode assinar nenhuma permissão no estado em que se encontra.
Perda da visão
Segundo sua companheira, Verzilov começou a se sentir mal pouco depois de uma audiência em um tribunal na terça-feira.
Às seis da tarde, hora local, se deitou para descansar em casa e quando Nikulshina chegou duas horas depois, Verzilov “acordou e disse que estava começando a perder a visão”.
“Entre as oito e as dez seu estado piorou gradualmente. Primeiro foi a visão, depois sua capacidade de fala e depois a de movimento”, relatou Nikulshina ao Meduza.
“Quando chegaram os paramédicos, ele respondeu suas perguntas e afirmou que não tinha comido nada”, disse Nikulshina.
“Foi então que seu estado piorou rapidamente e começou a convulsionar. No caminho do hospital, na ambulância, já estava balbuciando.
Caiu em um estado meio inconsciente e deixou de responder e de me reconhecer”, continuou a companheira de Verzilov.
Segundo Veronika Nikulshina, os médicos não encontraram “nada de errado” inicialmente em seu diagnóstico preliminar, mas, por volta de uma da madrugada, “repentinamente transferiram Verzilov para a unidade de toxicologia do hospital”.
Os funcionários da unidade de saúde se negaram a dizer a Nikulshina que tinham diagnosticado que o ativista fora envenenado, alegando que ela era somente sua companheira e que, portanto, não tinha “nenhum direito” de ser informada sobre o resultado dos exames.
“O médico disse que seu estado era grave, mas que sua saúde começava a melhorar e ele já respondia seu nome”, finalizou Nikulshina.
Por Agência Brasil.