“Assim como vocês, vejo com grande preocupação a questão das ações do presidente brasileiro (em relação ao desmatamento) e, se ela se apresentar, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele”, afirmou a chanceler alemã aos seus deputados, às vésperas da cúpula que começa na sexta-feira (28) em Osaka (Japão).
Expansão graças ao desmatamento
A expansão das atividades agrícolas no Brasil, fortemente apoiada pelo governo do presidente Bolsonaro, acontece às custas do desmatamento em massa e causa cada vez mais conflitos com as comunidades tradicionais.
Essa situação levou 340 ONGs europeias e sul-americanas, incluindo o Greenpeace e Amigos da Terra, a questionarem o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
A conclusão do acordo é “iminente”, segundo os presidentes do Brasil e da Argentina, após 20 anos de negociações. As ONGs exigem “medidas rigorosas” contra o desmatamento e “compromissos” em favor do Acordo de Paris sobre o Clima.
Agricultores europeus temem invasão de mercado
“Acredito que a não conclusão do acordo com o Mercosul não contribuiria de forma alguma para o fato de que um hectar a menos seja desmatado no Brasil, pelo contrário”, ressaltou Merkel, afirmando que “esta não é a resposta para o que está acontecendo no Brasil”.
O acordo UE/Mercosul também é muito criticado por agricultores europeus, que temem uma inundação de produtos sul-americanos com a abolição de certos direitos aduaneiros.