Assumindo que Marte já foi um planeta onde existiu vida, isto significa que ainda a tem, mesmo que esteja escondida algures debaixo da superfície do planeta, afirma Michael Finney, cofundador da The Genome Partnership, uma organização sem fins lucrativos que organiza as conferências Advances in Genome Biology and Technology.
“Se havia vida em Marte, esta pode ter se movido, pode ter se escondido um pouco, mas provavelmente ainda está lá”, afirma o cientista. Há quatro bilhões de anos, a superfície marciana era um mundo mais úmido, abundante em rios, lagos e vastos oceanos. No entanto, Marte deixou de ser habitável junto com a perda de seu campo magnético global, abrindo caminho para que partículas nocivas do Sol atingissem a atmosfera do planeta.
O processo que transformou Marte no planeta seco e frio que hoje é foi observado e registrado pela NASA. Apesar de não haver água corrente em sua superfície, a água pode realmente existir no subsolo de acordo com os dados coletados.
Alguns astrobiólogos afirmam que Marte foi um berço mais propício à vida do que a Terra na sua primeira etapa, com uma hipótese científica cada vez mais consensual de que a vida foi trazida para a Terra por meteoritos compostos por rochas marcianas.
A pesquisa atual mostra uma ausência de evidências de vida no ar marciano, mas a NASA observou, não muito tempo atrás, alguns indícios estranhos: o Curiosity Rover descobriu sinais de metano em uma cratera. A sonda da NASA tem vindo a examinar a cratera de Gale desde 2012, e estabeleceu que a concentração de metano na atmosfera da cratera tem períodos sazonais.
O metano é um composto orgânico gerado, na Terra, por fontes que incluem micróbios e outros organismos semelhantes. Assim, segundo esta teoria, pode ainda existir vida em Marte. Na verdade, pode haver outras explicações, como processos abióticos devido à reação da água quente com rochas específicas. Mas, mesmo que o metano de Marte seja de origem orgânica, as criaturas que o geraram podem estar mortas por muito tempo.
Michael Finney, da The Genome Partnership, no entanto, se recusa a perder a esperança, dizendo: “Se Marte teve vida há 4 bilhões de anos, Marte ainda tem vida. Nada aconteceu em Marte que tivesse destruído a vida”, afirma ele.