Cientistas descobriram vestígios de continentes perdidos sob a Antártica que estimulam a pesquisa sobre os mistérios desse mundo gelado.
Dados compilados por um satélite revelaram processos que aconteceram sob o gelo da Antártica há muito tempo.
O satélite GOCE da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que reentrou na atmosfera terrestre em 2013 devido à falta de combustível, produziu resultados interessantes para a comunidade científica.
Ao orbitar o nosso planeta de 2009 a 2013, o GOCE mediu seu campo gravitacional em 3D, o que ajudou pesquisadores da Universidade de Kiel (Alemanha) e do Observatório Britânico da Antártica (BAS, na sigla em inglês) a compilar um mapa da gravidade global de alta fidelidade.
“Essas imagens gravitacionais estão revolucionando nossa capacidade de estudar o continente menos compreendido na Terra, a Antártica”, disse o coautor Fausto Ferraccioli em um comunicado no site da ESA.
A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, também fornece informações sobre o movimento das placas tectônicas na região da Antártica e como o continente foi formado. Em um vídeo de animação de 24 segundos, que retrata os últimos 200 milhões de anos, os cientistas mostraram como os antigos continentes, que antes constituíam o supercontinente Gondwana, estavam conectados no passado e como eles se separaram devido aos movimentos tectônicos.
Segundo os pesquisadores, além do evidente valor histórico, essas descobertas podem nos ajudar a aprender como a estrutura continental da Antártica “está influenciando o comportamento dos lençóis de gelo e a rapidez com que as regiões da Antártica se recuperarão em resposta ao derretimento do gelo”.