Diante do plenário lotado no Parlamento Europeu de Estrasburgo, Ursula prometeu apresentar a proposta de um “Green Deal” (Pacto Verde) nos primeiros 100 dias de seu mandato. Os eurodeputados devem votar ainda hoje a confirmação de seu nome para suceder o luxemburguês Jean-Claude Juncker. Próxima da chanceler alemã Angela Merkel, ela precisa obter a maioria absoluta de 374 votos para ser eleita.
A tarefa pode não ser simples, uma vez que muitos eurodeputados se frustraram com a maneira como ela foi indicada: após uma reunião de cúpula de três dias em Bruxelas, cheia de reviravoltas, os líderes da UE escolheram seu nome em 2 de julho, ignorando os candidatos apresentados pelo Parlamento Europeu.
Respondendo à mobilização nos últimos meses pelo meio ambiente, principalmente dos jovens, a alemã prometeu o “pacto verde” para a Europa. A luta contra a mudança climática se tornou um dos principais temas na campanha das eleições europeias de maio, após os protestos de estudantes para chamar a atenção sobre a “emergência climática”.
A ainda ministra alemã da Defesa explicou que, se for confirmada no cargo, apresentará “a primeira lei climática da história da União Europeia” para fixar a “meta legal de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A ideia, no entanto, não é compartilhada por todos os países da UE. Em junho, quatro governantes do bloco, liderados por Polônia e Hungria, impediram a inclusão deste objetivo em uma declaração. Von der Leyen evocou a possibilidade de revisar a meta de redução das emissões de dióxido de carbono até 2030, atualmente em 40% na comparação com os níveis de 1990, para 50% ou inclusive 55%.
No discurso, Ursula von der Leyen também expressou a disposição de aceitar um novo adiamento da saída do Reino Unido da UE, prevista atualmente para 31 de outubro, se existir uma “boa razão”. A data cai na véspera da posse de Von der Leyen como presidente da Comissão Europeia, caso a alemã receba o apoio do Parlamento Europeu.
O Parlamento britânico rejeitou três vezes o acordo de divórcio, o que obrigou a primeira-ministra Theresa May a pedir dois adiamentos da data e a apresentar o pedido de demissão. O Partido Conservador deve designar no fim de julho o novo primeiro-ministro entre o ex-chanceler Boris Johnson e o atual secretário do Foreign Office, Jeremy Hunt.
Johnson, favorito para a sucessão, destacou a intenção de renegociar o acordo de saída, algo que a UE rejeita, e de retirar o país do bloco em 31 de outubro, mesmo sem acordo, um cenário temido por economistas.
Ursula também prometeu a criação de uma comissão paritária, uma legislação europeia sobre o asilo de refugiados, o reconhecimento do direito de iniciativa do Parlamento Europeu, uma convenção para o futuro da Europa e um sistema de seguro desemprego europeu para ajudar os países em crise.
* Com informações da AFP