Um novo estudo revelou que a ausência de peso no espaço pode alterar a função das células T, que são responsáveis por combater infecções e doenças.
Os pesquisadores do Instituto Karolinska na Suécia usaram um método inovador para simular as condições espaciais e analisar as mudanças na expressão gênica das células T.
As células T são um tipo de glóbulo branco que reconhece e elimina os invasores estranhos, como vírus e bactérias, do corpo. Elas também ajudam a regular a resposta imunológica e a memória imunológica. No entanto, estudos anteriores mostraram que as células T dos astronautas se tornam menos ativas e menos eficazes no espaço, aumentando o risco de infecções e doenças.
Para entender melhor como a ausência de peso afeta as células T, os pesquisadores usaram um método chamado de imersão a seco. Esse método consiste em uma cama d’água personalizada que engana o corpo a pensar que está em um estado de ausência de peso. Os pesquisadores coletaram amostras de sangue de oito indivíduos saudáveis antes, durante e depois de três semanas de exposição à imersão a seco.
Eles descobriram que as células T mudaram significativamente sua expressão gênica após 7 e 14 dias de ausência de peso. A expressão gênica é o processo pelo qual os genes são ativados ou desativados para produzir proteínas. As células T se tornaram mais imaturas em seu programa genético, ou seja, elas começaram a se assemelhar mais às chamadas células T naïve, que ainda não encontraram nenhum invasor.
O maior efeito foi observado após 14 dias, quando as células T apresentaram uma redução na expressão de genes relacionados à ativação, proliferação, diferenciação e memória. Esses genes são importantes para a função das células T e sua capacidade de responder rapidamente a novas ameaças.
Após 21 dias, as células T haviam “adaptado” sua expressão gênica à ausência de peso, de modo que ela quase voltou ao normal. No entanto, análises realizadas sete dias após o fim do experimento mostraram que as células haviam recuperado algumas das mudanças, sugerindo que elas mantiveram uma “memória” da ausência de peso.
Os pesquisadores agora planejam usar a plataforma de foguete sonoro do Centro Espacial Esrange em Kiruna, Suécia, para estudar como as células T se comportam em condições reais de ausência de peso e como sua função é afetada. O estudo pode abrir caminho para novos tratamentos que revertam essas mudanças no programa genético das células imunológicas.
Fonte: Link.
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