A ciência é um dos pilares da sociedade moderna, mas também está sujeita a fraudes e falsificações. Um problema crescente é o dos artigos científicos falsos, produzidos por empresas que vendem publicações ou autorias para pesquisadores que querem inflar seus currículos.
Esses artigos podem conter textos, dados e imagens plagiados ou fabricados, e enganar leitores e revisores.
Um artigo publicado na revista Science revela que os artigos científicos falsos são alarmantemente comuns em algumas áreas do conhecimento, como neurociência e medicina. Segundo o estudo, até 34% dos artigos de neurociência publicados em 2020 eram provavelmente falsos ou plagiados; em medicina, o número era de 24%. Esses índices são muito superiores aos estimados em 2010 e ao nível de 2% considerado como base em um relatório de 2022 de um grupo de editores.
Para detectar os artigos falsos, os pesquisadores usaram uma ferramenta que se baseia em dois indicadores: os autores que usam endereços de e-mail privados, não institucionais, e os que listam uma afiliação com um hospital. Esses fatores podem indicar que os autores são clínicos sem experiência em pesquisa, que recorrem às empresas de falsificação para aumentar suas chances de promoção ou financiamento.
No entanto, a ferramenta não é perfeita, pois tem uma alta taxa de falsos positivos. Outros desenvolvedores de ferramentas para detectar artigos falsos também enfrentam problemas semelhantes, e muitas vezes não revelam como seus métodos funcionam, para evitar que as empresas de falsificação se adaptem.
Ainda assim, as ferramentas levantam esperanças de combater o problema, que ameaça corromper a literatura científica e distorcer revisões sistemáticas. Algumas iniciativas estão sendo lideradas por associações de editores, que buscam desenvolver novos recursos e compartilhá-los entre as revistas científicas. Além disso, novas diretrizes para as revistas sugerem que elas podem rejeitar ou retratar lotes de artigos suspeitos de terem sido produzidos por empresas de falsificação, mesmo que as evidências sejam circunstanciais.
Os especialistas alertam que é preciso também reduzir a pressão da cultura do “publicar ou perecer”, que incentiva os pesquisadores a recorrer às empresas de falsificação. Além disso, é preciso contar com a ajuda de pessoas externas para melhorar a tecnologia que suporta as ferramentas de detecção, o que requer transparência sobre como elas funcionam.
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