“Estimamos que milhares de pessoas merecem indenização, incluindo cerca de 500 sobreviventes”, declarou a NS em um comunicado.
A empresa “vai dedicar várias dezenas de milhões de euros” a essas indenizações nos próximos anos.
A Nederlandse Spoorwegen já havia dito em novembro de 2018 que compensaria os parentes de judeus deportados e estabeleceria uma comissão para determinar os valores.
A empresa, que qualifica esse período de sua história de “página negra”, pediu desculpas oficialmente em 2005 por seus atos cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, embora até agora nenhuma indenização tenha sido ordenada.
O ex-fisioterapeuta do time de futebol Ajax, Salo Muller, que perdeu seus pais durante a guerra, militava desde 2017 por essas indenizações.
O montante da indenização será de € 15.000 para os sobreviventes do Holocausto e entre € 5.000 e € 7.500 para os filhos nascidos “antes, durante ou depois da guerra”, bem como viúvas e viúvos, disse um porta-voz da NS.
Segundo a empresa, entre 5.000 e 6.000 pessoas poderiam receber uma indenização individual.
Como muitas outras empresas holandesas, a NS trabalhou para os nazistas depois que a Alemanha invadiu o país em maio de 1940, e recebeu o equivalente a milhões de euros transportando famílias judias para Westerbork, na fronteira com a Alemanha, de acordo a rádio-televisão pública NOS.
Cerca de 107.000 dos 140.000 judeus que viviam na Holanda foram deportados para Westerbork, a partir de onde foram enviados para outros campos como Auschwitz, Sobibor e Bergen-Belsen.
Anne Frank, uma adolescente holandesa judia conhecida mundialmente por seu diário, foi transferida para Westerbork no início de agosto de 1944, depois de ser detida pela Gestapo.
(Com informações da AFP)