Christine Hallquist venceu na terça-feira (14) a primária do partido democrata e será candidata a governadora de Vermont. Em caso de vitória, ela será a primeira transgênero a administrar um estado americano.
Hallquist é símbolo da “onda arco-íris” nas eleições de meio-mandato nos Estados Unidos: no total, são 400 candidatos gays, lésbicas, bisexuais e transgêneros: um número recorde e de maioria democrata.
“Fizemos história! @christristforvt acaba de se tornar a primeira candidata trans a governadora de um partido político importante na história dos Estados Unidos”, tuitou Victory Fund, organização que apoia os candidatos LGBTQ.
Até 2015, a candidata se chamava Dave. Antigo engenheiro que se tornou diretor de uma empresa de eletricidade no Vermont, Hallquist revelou publicamente sua intenção de mudar de sexo. Essa transição, aliás, foi assunto de um documentário, “Denial” (“Negação”, em tradução livre), dirigido pelo filho.
No entanto, o que motivou Hallquist a se lançar na política foi a eleição do presidente americano Donald Trump. “Em 8 de novembro de 2016, me dei conta que o mundo tinha mudado”, ela explica.
Desafio: derrotar Phil Scott
Hallquist ainda enfrentará um duro caminho para chegar ao poder, já que terá como adversário o republicano Phil Scott, que governa Vermont desde 2016 e que é muito popular junto aos eleitores.
No entanto, a candidata não se ilude e diz que está consciente que a mídia americana fala sobre ela sobretudo porque é uma transgênero. “Se eu vencer, isso não será mais inédito”, reconhece.
Por isso, Hallquist tenta não limitar a temática de sua campanha às questões LGBTQ. Ela participa também de manifestações feministas, sobre o clima, defende o aumento do salário mínimo, do orçamento para educação – assuntos que seduzem os eleitores democratas.