Por volta das 10 horas da manhã de Paris (5h de Brasília) desta terça-feira (16), o Corpo de Bombeiros anunciou que todo o fogo que atingiu a Catedral de Notre-Dame foi controlado. No total, foram 14 horas de combate às chamas que destruíram parte de um dos monumentos mais célebres do mundo.
As causas do incêndio ainda não desconhecidas, mas a hipótese mais provável é de um acidente não intencional. Segundo as autoridades, a origem do fogo estaria relacionada às obras de renovação do monumento.
O Ministério Público de Paris abriu uma investigação por destruição involuntária. Alguns operários que trabalham na restauração do telhado já foram ouvidos por investigadores. Mais detalhes sobre as investigações serão revelados nesta terça-feira.
Incêndio começou na parte superior da Notre Dame
O fogo começou na parte superior da Catedral de Notre-Dame na segunda-feira (15) por volta das 18h50 de Paris (13h50 de Brasília) e se propagou rapidamente pelo telhado de madeira. Ao menos 400 bombeiros trabalharam para apagar o incêndio.
A catedral já estava fechada ao público quando o sinistro foi declarado. Os funcionários que trabalham na reforma do monumento também não estavam mais no local. Segundo as autoridades, não há vítimas fatais e apenas um bombeiro ficou ferido.
Ao visitar o local, na noite de segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, assegurou que o pior foi evitado. A estrutura de pedra, com as duas torres frontais, foi preservada. O principal dano, até o momento, foi o desmoronamento da torre de 93 metros, provocando grande comoção. Especialistas também alertam que a estrutura da igreja pode ter sido abalada pelo sinistro.
Em função da reforma na catedral, algumas obras de arte e relíquias importantes haviam sido retiradas do local. Algumas peças célebres, como a túnica de São Luís, a coroa de espinhos de Jesus Cristo e algumas pinturas foram armazenadas em local seguro pela prefeitura de Paris.
Trabalhos de reconstrução
Segundo especialistas, a reconstrução da catedral vai levar décadas. O governo francês já deu início aos trabalhos para viabilizar a reconstrução do famoso monumento, símbolo não apenas para os católicos mas par todos os parisienses franceses e europeus. Com 12 milhões de visitantes por ano, a Notre-Dame é o ponto turístico mais visitado da Europa.
“Vamos reconstruir essa catedral todos juntos. Vamos reerguê-la”, prometeu o presidente. Macron realiza nesta terça-feira uma reunião com seus ministros sobre um plano de reconstrução do local.
Já a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, lançará oficialmente uma coleta de fundos. Em entrevista à rádio France Inter, a prefeita indicou que realizará uma grande conferência de doadores, com data ainda indefinida. A prefeitura de Paris pretende desbloquear € 50 milhões para os trabalhos de reconstrução, além de € 10 milhões de contribuições da administração da região de Ile-de-France, onde está localizada a capital francesa.
O grupo de luxo LVMH jadiantou que doará € 200 milhões. Duas das maiores fortunas da França, as famílias Arnault e Pinault, anunciaram uma ajuda de € 200 milhões e € 100 milhões, respectivamente.
Reações internacionais
As reações internacionais foram imediatas, e continuam nesta terça-feira. Um dos primeiros a comentar o incêndio foi o presidente americano, Donald Trump. Em seu Twitter, ele sugeriu que o fogo fosse dominado com aviões-tanque, o que, segundo especialistas, causaria ainda mais danos ao monumento.
Na França, os partidos políticos anunciaram a suspensão da campanha para as próximas eleições europeias de junho.
Para o presidente russo, Vladimir Putin, o incêndio na Notre-Dame é também uma dor no coração dos russos.
“As cenas horríveis na Notre-Dame em chamas são dolorosas. A catedral é um símbolo da França e da cultura europeia”, tuitou o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel.
“Londres compartilha a tristeza de Paris”, afirmou o prefeito de Londres, Sadiq Khan. Já o Vaticano expressou “incredulidade e tristeza”.
Personalidades também reagem à tragédia. O jogador Neymar tuitou uma ilustração do personagem Quasímodo chorando, abraçando a catedral. Em inglês, o atacante escreveu: “rezem pela França”.