Uma “trilha” de campos magnéticos e elétrons relativísticos foi encontrada ao longo de filamentos que conectam dois aglomerados de galáxias, chamados de Abell 0399 e Abell 0401.
Essa linha de rádio cobre uma distância de aproximadamente dez milhões de anos-luz através de uma “teia cósmica” e acompanha um dos filamentos dessa teia, conforme a publicação National Geographic.
A nova imagem, que mostra um fluxo de plasma entre os aglomerados de galáxias Abell 0399 e Abell 0401, é o primeiro avistamento desse tipo, pois mesmo com a possibilidade de enxergar a infinidade de galáxias e aglomerados que formam a teia cósmica, observar efetivamente os filamentos entre eles é uma tarefa difícil.
Entretanto, utilizando o radiotelescópio LoFar, a equipe descobriu o que parecia ser uma “aurora em escalas cósmicas”, conforme o Daily Mail.
“Nós normalmente observamos esse mecanismo de emissão em ação em galáxias individuais, inclusive em aglomerados de galáxias, mas nunca observamos uma emissão de rádio conectando dois desses sistemas”, afirmou Matteo Murgia, do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália.
O LoFar detectou ondas de rádio emitidas por elétrons que viajam quase à velocidade da luz, chamadas de emissões sincrotônicas, essas ondas são produzidas por elétrons em aceleração que giram ao redor de campos magnéticos.
“O sinal detectado poderia ser até centenas de vezes mais brilhante que a emissão da teia sincrotônica, segundo algumas hipóteses”, afirma Tracy Clarke, astrônoma do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA.
Os pesquisadores também afirmam que isso sugere a existência de campo magnético, o qual pode ser amplificado por outros processos. Contudo, mesmo com tantas descobertas, ainda há muito a entender sobre os misteriosos sinais de rádio.
Atualmente, a equipe planeja realizar observações adicionais na região com o objetivo de coletar novas informações que possam confirmar a descoberta.