Para alguns, é uma área promissora de pesquisa científica; para outros, não passa de pseudociência.
A Parapsicologia é um campo de estudo que se dedica à investigação de fenômenos que são considerados fora do alcance das explicações científicas convencionais, como telepatia, clarividência e outros tipos de percepção extrassensorial.
A história da Parapsicologia pode ser dividida em várias fases:
- Fase Pré-Espírita (1826 a 1856): Esta fase inclui as experiências de Justinus Kerner com a paranormal alemã Frederica Hauffe e outros paranormais como Andrew Jackson Davis e as irmãs Fox.
- Fase do Espiritismo (a partir de 1857): Marcada pela publicação de “O Livro dos Espíritos” por Allan Kardec, esta fase viu o crescimento do movimento espírita e a investigação de fenômenos paranormais associados.
- Fase da Metapsíquica (1882 a 1933): Com a fundação da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres em 1882, esta fase representa a tentativa de estudar cientificamente os fenômenos paranormais, com Charles Richet sendo uma figura proeminente.
- Fase de Transição: Durante este período, o termo “Parapsicologia” foi criado por Max Dessoir em 1889 e mais tarde adotado por Joseph Banks Rhine na década de 1930 para substituir os termos “metapsíquica” e “pesquisa psíquica”.
- Fase da Parapsicologia e Pesquisa Psi: A partir da década de 1930, a Parapsicologia começou a ser reconhecida como um campo de estudo mais formal, com a criação da Parapsychological Association em 1959, que apesar das críticas, participa da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
A Parapsicologia é frequentemente classificada como uma pseudociência devido à falta de evidências empíricas que sustentem suas teorias e práticas.
Em ciência, é essencial que os experimentos possam ser reproduzidos e que seus resultados sejam consistentes. A Parapsicologia enfrenta críticas por não fornecer resultados reprodutíveis sob condições controladas.
Muitos estudos em Parapsicologia são criticados por falhas metodológicas, como tamanhos de amostra inadequados, falta de controles rigorosos e viés de seleção.
O viés de seleção é um tipo de viés cognitivo que ocorre quando a seleção de informações ou participantes para um estudo não é aleatória ou não representa adequadamente a população alvo. Isso pode levar a resultados de pesquisa distorcidos, pois o grupo selecionado pode ter características diferentes da população geral. Por exemplo, se um estudo sobre hábitos alimentares recrutar apenas voluntários de uma academia de ginástica, os resultados podem não refletir os hábitos alimentares da população em geral, pois as pessoas que frequentam academias podem ter uma dieta mais saudável. O viés de seleção pode afetar a validade de um estudo e suas conclusões, tornando-os questionáveis.
Uma ciência estabelecida é apoiada por teorias que explicam observações e preveem fenômenos. A Parapsicologia carece de uma teoria unificadora que seja aceita pela comunidade científica.
A Parapsicologia não é amplamente reconhecida ou aceita como uma disciplina científica legítima devido à falta de evidências convincentes e ao histórico de associação com o sobrenatural e o ocultismo.
Muitas vezes, as “provas” apresentadas em favor da Parapsicologia são anedóticas e não passam pelo rigoroso escrutínio científico necessário para serem consideradas válidas.
Evidências anedóticas são relatos baseados em experiências pessoais, coletadas de maneira casual ou não sistemática, e não em análises científicas rigorosas. Elas podem ser úteis para ilustrar um ponto de vista ou fornecer exemplos concretos, mas possuem limitações significativas.
Pesquisas em Parapsicologia raramente são publicadas em periódicos científicos respeitados, o que dificulta o reconhecimento e a validação por parte da comunidade científica.
Esses fatores contribuem para a visão de que a Parapsicologia não atende aos critérios estabelecidos para ser considerada uma ciência.