Os corais são animais que formam recifes coloridos e diversificados nos oceanos tropicais e subtropicais.
Eles são importantes para a vida marinha, a pesca e a proteção costeira, mas também estão ameaçados pelas atividades humanas e pelas mudanças climáticas.
A maioria dos estudos sobre os corais se concentra nos que vivem em águas rasas, onde a luz solar é abundante. Mas existe um outro tipo de coral que vive em águas mais profundas, entre 30 e 150 metros, onde a luz é escassa. Esses são os corais mesofóticos, que abrigam mais espécies nativas do que os corais de águas rasas.
Apesar disso, eles são pouco explorados e pouco conhecidos, pois são de difícil acesso para os mergulhadores e pesquisadores. Por isso, um grupo de cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST), no Japão, em colaboração com a empresa de telecomunicações NTT Communications, desenvolveu um novo método para estudar os corais mesofóticos usando DNA ambiental (eDNA) e drones submarinos.
O eDNA é o DNA que os organismos liberam no ambiente, por meio de células da pele, fezes ou muco. Ele pode ser coletado de amostras de água, solo ou ar e usado para identificar a presença e a diversidade de espécies em um ecossistema.
Os drones submarinos são veículos autônomos ou controlados remotamente que podem explorar e coletar dados das profundezas do oceano. Eles podem ser equipados com câmeras, sensores, amostradores e outros instrumentos para realizar diversas tarefas.
Os pesquisadores do OIST e da NTT Communications usaram drones submarinos para coletar amostras de água de diferentes profundidades em dois locais de recifes de corais em Okinawa. Eles então analisaram o eDNA dessas amostras e conseguiram identificar os gêneros de corais mesofóticos presentes em cada local.
Esse é o primeiro estudo que usa eDNA coletado por drones submarinos para estudar os corais mesofóticos. Com esse método, os pesquisadores podem monitorar os corais em larga escala, sem depender de observações diretas durante o mergulho científico ou o snorkeling.
O estudo foi publicado na revista Royal Society Open Science e representa um avanço para o campo da biologia dos corais. Agora, com a ajuda dos robôs submersíveis, os cientistas podem conhecer melhor esses ecossistemas únicos e valiosos que vivem nas profundezas dos oceanos.