Mídias dispararam alarmes sobre os riscos e perigos de usar o aplicativo russo FaceApp após o boom de popularidade desse programa em muitos países do mundo, incluindo em vários países latino-americanos.
O aplicativo permite, entre outras coisas, envelhecer os rostos que aparecem nas fotos carregadas pelos usuários. Uma das maiores preocupações gerada pelos jornalistas prende-se com o fato de a aplicação ser russa, pelo que os dados partilhados pelos utilizadores são armazenados na Rússia.
Preocupações da mídia
Por exemplo, a Agência Brasil afirma que o aplicativo FaceApp pode abrir a porta para uso abusivo dos dados dos usuários. A agência, citando um especialista, indica que o app “gera um poderoso banco de dados, não só de fotos dos usuários como de outras pessoas para as montagens (como de amigos ou de celebridades)”.
E isso “resulta em um problema grave, uma vez que as tecnologias de reconhecimento facial têm se mostrado abusivas, como nas aplicações de segurança pública”.
Além disso, o tema também não passou ao lado dos políticos de alto nível. Por exemplo, em uma carta aos chefes do Departamento Federal de Investigação (FBI) e da Comissão Federal de Comércio, o líder democrata no Senado dos EUA, Chuck Schumer, disse que a aplicação russa FaceApp pode representar uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
“O FaceApp usa inteligência artificial para alterar as fotos dos usuários, tornando-os mais jovens ou mais velhos ou escolhendo o sexo oposto. No entanto, para usar o aplicativo, os usuários devem permitir à empresa acesso total e incondicional às suas fotos e dados pessoais”, disse Schumer em uma mensagem que publicou em seu blog no Twitter.
De acordo com o senador, quaisquer fotos retiradas do aplicativo podem ser usadas no futuro sem o consentimento do usuário. Ele declarou que o FaceApp “pode representar uma ameaça à segurança nacional e à privacidade dos dados de milhões de cidadãos americanos”.
Declaração do desenvolvedor
No entanto, “embora o núcleo da equipe de P&D esteja localizado na Rússia, os dados do usuário não são transferidos para a Rússia”, diz o comunicado enviado à Sputnik por Yaroslav Goncharov, desenvolvedor do FaceApp e diretor do Wireless Lab.
Aplicação russa FaceApp enlouquece Argentina
Além disso, a mídia adverte que a permissão deve ser dada ao carretel de fotos do dispositivo e o aplicativo salva o conteúdo gerado pelo usuário.
“FaceApp faz a maior parte do processamento de fotos na nuvem. Nós só carregamos uma foto selecionada pelo usuário para edição. Nunca transferimos qualquer outra imagem do telefone para a nuvem”, explica o comunicado da empresa.
Acusações falsas
De acordo com a própria empresa, uma das preocupações mais comuns é que todas as imagens da galeria sejam carregadas em seus servidores após um usuário conceder acesso às fotos. Mas o FaceApp diz que não é verdade.
“Não fazemos isso. Nós só carregamos uma foto selecionada para edição. Você pode verificá-lo rapidamente com qualquer ferramenta de verificação disponível na Internet”, dizem eles.
Ao mesmo tempo, FaceApp aponta que a maioria das imagens, escolhidas e carregadas pelos usuários, “são excluídas de nossos servidores dentro de 48 horas após a data de carregamento. Se o usuário desejar que sua foto seja removida dos servidores do FaceApp, ele poderá enviar uma solicitação ao suporte técnico.
Prioridade de aplicação popular
“A nossa equipe de apoio está no momento sobrecarregada, mas estes pedidos são a nossa prioridade. Para um processamento mais rápido, recomendamos o envio das solicitações a partir do aplicativo móvel FaceApp usando Configurações, Suporte, Relatar um Erro com a palavra ‘privacidade’ na linha de assunto. Estamos trabalhando em uma melhor interface de usuário para isso”, acrescentam os representantes da empresa.
Para dissipar os receios dos usuários sobre o acesso do aplicativo aos seus dados, a empresa esclarece que “todos os recursos do FaceApp estão disponíveis sem fazer login, e você só pode fazer login pela tela de configuração. Como resultado, 99% dos usuários não se conectam; portanto, não temos acesso a nenhum dado que possa identificar uma pessoa”, diz o comunicado.
“Nós não vendemos ou compartilhamos dados dos usuários com terceiros”, ressalta FaceApp. FaceApp foi criado por Goncharov em 2017, mas tornou-se especialmente popular nos últimos dias. O aplicativo tem vários recursos de edição de fotos, incluindo rejuvenescimento e envelhecimento da face, experimentar penteados diferentes e fazer crescer a barba.