Cerca de 300 pessoas participaram da cerimônia cantando músicas religiosas e carregando flores para se despedir dos migrantes mortos na cerimônia realizada na região sul de San Salvador. Entre várias fotos para recordar diferentes momentos de suas vidas, pai e filha foram velados na noite de domingo (30) por um pequeno grupo de familiares e amigos em uma capela do cemitério.
Os corpos de Martínez, de 25 anos, e da menina, de um ano e onze meses, foram transportados do México para El Salvador por via terrestre e chegaram à capital salvadorenha na noite de domingo. Tania Avalos, de 21 anos, viúva de Martínez e mãe de Angie, retornou a San Salvador na sexta-feira (28) passada.
Ela também estava com os dois na travessia da fronteira e viu quando eles desapareceram nas águas do rio Bravo, no dia 23 de junho. Os corpos foram encontrados na manhã seguinte. A foto dos corpos do pai e da filha na margem do rio comoveu a comunidade internacional e mostrou os perigos da imigração ilegal.
Caso exemplifica “política pública ineficaz”
“Oscar e seu bebê se tornaram ícones e chamam atenção em nível nacional e internacional sobre o drama da migração, que ocorre há muito tempo”, disse Cesar Rios, diretor do Instituto Salvadorenho do Migrante, à agência AFP. Ele ressalta que sempre há mortos e desaparecidos nas travessias de migrantes entre os países da América Central e os Estados Unidos, que envolve muitos riscos. O caso de Oscar Martinez e de sua filha ilustram a “ineficácia das políticas públicas dos governos”, que não são capazes de garantir uma vida digna para seus cidadãos e de oferecer a seus jovens “a possibilidade de um futuro melhor”, resume.
(Com informações da AFP)