O engenheiro mecânico Alysson Nascimento de Lucena, com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), desenvolveu um projeto inovador de um drone.
Batizado de Vant Marte, este drone híbrido é capaz de decolar verticalmente e pairar no ar como um helicóptero, além de se deslocar horizontalmente como um avião, graças às suas asas.
O Vant Marte é alimentado por uma combinação de energia solar fotovoltaica e eólica, permitindo-lhe realizar missões de longa duração em áreas inóspitas na Terra ou em outros planetas com atmosfera, como Marte. A patente do aparelho foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em dezembro de 2023.
A inspiração para o projeto veio dos desafios enfrentados pela NASA em suas missões em Marte. Em 2022, o drone Ingenuity, o primeiro a sobrevoar o solo marciano, ficou paralisado durante dias devido à incapacidade de recarregar sua bateria. O acúmulo de poeira impedia que os raios solares atingissem as placas fotovoltaicas do drone. O mesmo problema levou ao encerramento da missão de pesquisa geológica da sonda InSight, também em Marte.
Para superar esses desafios, Lucena propôs um vant com asas, onde seriam instaladas as placas fotovoltaicas. O drone contaria com um sistema de propulsão único, composto por dois rotores coaxiais, responsáveis pelo empuxo durante o voo. Cada rotor teria um sistema de controle que permitiria ajustar o ângulo de cada pá da hélice de forma independente. Isso permitiria ao drone aproveitar ao máximo a energia eólica para gerar energia.
O Vant Marte ainda está em fase de projeto, mas já atraiu elogios de especialistas. João Batista Dolvim Dantas, tecnologista sênior do Comando da Aeronáutica, destacou a inovação de usar as pás dos rotores para gerar energia enquanto o vant está em solo. Ele também ressaltou que a geração híbrida de energia maximiza a duração da missão do vant sem a necessidade de intervenção humana direta.
O Vant Marte é duplamente híbrido, pois, além da geração de energia eólica e fotovoltaica, ele tem um duplo sistema de sustentação de voo, com hélice e asa fixa. Isso eleva sua eficiência operacional, combinando as vantagens dos drones multirrotores e de asa fixa.
Os pesquisadores agora buscam recursos para desenvolver um protótipo do Vant Marte, projetado para voar em um ambiente de baixa pressão atmosférica, como o existente em Marte. O futuro dos drones parece promissor, com aplicações que vão desde a exploração espacial até a logística de cargas urbanas. E com inovações como o Vant Marte, o céu não é mais o limite.
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