De acordo com várias mídias estadunidenses, a Agência Federal de Gestão de Emergências dos EUA está atualizando seus planos de gestão de crises, incluindo os procedimentos para potenciais detonações nucleares em 60 cidades norte-americanas.
Um responsável da entidade revelou ao portal BuzzFeed News que o órgão está mudando seus planos, se afastando da possibilidade de uma explosão nuclear de caráter terrorista de pequena envergadura e se inclinando mais para a hipótese de um ator estadual detonar uma arma nuclear de tipo militar.
“Lidamos com detonações com potência de 100 quilotons até 1.000 quilotons”, disse Luis Garcia, chefe do Departamento de Armas Químicas e Nucleares da agência.
É uma mudança significativa em comparação com as orientações atuais. Estabelecidos em 2010, os padrões existentes consideravam apenas explosões de 1 até 10 quilotons, ou seja, menores que a potência das bombas lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Especialistas comentaram ao portal que tal mudança de estratégia tem a ver com as preocupações relacionadas com o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, que alguns acreditam ter continuidade a despeito do acordo de desnuclearização assinado pelos líderes norte-americano, Donald Trump, e norte-coreano, Kim Jong-un, em 12 de junho.
“Os norte-coreanos mudaram realmente nossos cálculos”, teria dito Cham Dallas, funcionário do Instituto de Gestão de Desastres, durante uma conferência de dois dias dedicada ao tema.
“Realmente temos que considerar uma [explosão] termonuclear agora”, acrescentou.
Outros desafios analisados pelos especialistas durante a conferência incluíam um possível ciberataque e ataques de pulso eletromagnético. Os alarmes sobre um possível ciberataque russo têm crescido nos últimos anos, após ter sido revelado que hackers russos alegadamente ganharam acesso sem precedentes aos centros de controle das usinas de energia estadunidenses.