O primeiro estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Texas (EUA), baseia-se em observações do radar SHARAD da sonda Orbitador de Reconhecimento de Marte da NASA – um dispositivo capaz de emitir ondas que penetram 1,5 km do manto marciano.
As observações do radar através de dados de gravidade e topografia do planeta foram confirmadas por uma segunda pesquisa, feita por cientistas das Universidades John Hopkins e do Texas.
Camadas de gelo e areia foram encontradas em cavidades perto do polo norte marciano, cuja porcentagem média de água varia de 62% a 88%. O volume total encontrado desse líquido (2,2 milhões de km³) seria suficiente para criar um oceano com uma profundidade de um metro e meio.
“Não esperávamos encontrar tanta água gelada aqui”, afirmou o coautor de ambos os artigos, Stefano Nerozzi, adicionando que esse já é o terceiro reservatório de água achado fora das calotas polares com um volume imenso.
Segundo os cientistas, a estrutura em camadas de gelo se deve a uma sucessão de aquecimento e resfriamento de Marte. A cada 50 mil anos, as temperaturas sobem e a areia cobre os restos das calotas polares, protegendo-os da evaporação.
Para Nerozzi, essa descoberta incrível ajudaria a compreender melhor se o Planeta Vermelho teria sido habitável no passado.
“Você pode ter todas as condições certas para a vida, mas se a maior parte da água está presa nos polos, então é difícil ter água líquida suficiente perto do equador”, explica o especialista.