Isso porque os eletrodomésticos estão cada vez mais conectados uns aos outros na “internet das coisas”, permitindo que os hackers os acessem utilizando aplicativos especiais.
O especialista em segurança cibernética Vince Steckler, chefe executivo da gigante de segurança Avast, prevê um surto de hackers roubando dados de identidade e informações bancárias das pessoas por meio de eletrodomésticos ao redor do mundo.
Ele afirma ainda que até mesmo uma cafeteira ou uma televisão inteligente em casa seria capaz de colocar a segurança das informações das pessoas em risco.
Steckler afirmou que se recusou a utilizar o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp em seu telefone, convencido de que isso ameaçaria a privacidade de seus amigos, depois de um ataque ao aplicativo que permitiu que os hackers assumissem o controle dos telefones apenas fazendo chamadas via aplicativo.
As cafeteiras “inteligentes” podem ser conectadas à internet para permitir que os usuários as controlem remotamente através de seus telefones, afirmou o especialista em segurança.
Ele destacou que os dispositivos não são seguros, o que significa que os hackers podem acessá-los e utilizá-los para acessar outros dispositivos, como laptops e celulares, obtendo informações pessoais como detalhes dos cartões de crédito.
“As cafeteiras não são projetadas para terem segurança. As televisões não são projetadas para terem segurança. Mas elas são vetores adicionais para entrar em sua rede”, afirmou ele, explicando que as TV inteligentes, câmeras e monitores de bebês conectados à internet também eram mais vulneráveis a hackers.
Em 2013, a gigante do varejo norte-americana Target foi hackeada através do sistema de ar condicionado da empresa, permitindo o acesso às informações dos cartões de crédito de aproximadamente 41 milhões de consumidores, recordou o especialista.
Os especialistas em segurança também afirmaram que a maioria dos dispositivos IoT cometeu erros de segurança que não seriam tolerados em smartphones ou PC.
“Se não resolvermos isso agora, as falhas sistêmicas vão acelerar cada vez mais”, afirmou Ken Munro, fundador da Pen Test Partners, empresa britânica responsável pela análise de segurança da IoT.